Após posse, pai e esposa de vereador acusado de compra de votos assumiram cargos na Prefeitura

Após a posse do vereador Matheus Cazarin, acusado de compra de votos, esposa e pai do parlamentar foram nomeados para cargos comissionados na Prefeitura de Corumbá.
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  • Post publicado:24 de julho de 2025

Após a posse do vereador Matheus Cazarin (PSB), acusado de envolvimento em um esquema de compra de votos nas eleições de 2024, dois familiares próximos passaram a ocupar cargos comissionados na Prefeitura de Corumbá.

A esposa do parlamentar, Yara Santos Souza, e seu pai, Temístocles Cazarin Silva, foram nomeados em março para funções remuneradas no Executivo municipal, sob gestão do prefeito Dr. Gabriel, também do PSB.

Yara foi designada para a função de assessora governamental I na Fundação de Esportes, com salário bruto de R$ 4.579,20. Embora tenha formação em Licenciatura em Educação Física, ela nunca atuou na área, tampouco havia exercido qualquer função no município antes da nomeação.

O cargo ocupado por ela é comissionado e de livre nomeação, mesmo havendo uma fila de aprovados no último concurso público realizado em abril deste ano, muitos deles profissionais da mesma área de formação de Yara, ainda aguardando convocação.

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Já Temístocles, pai do vereador, foi nomeado três dias depois, em 17 de março, para um cargo na Secretaria Municipal de Planejamento, Receita e Administração. Sua remuneração bruta, conforme dados do Portal da Transparência, é de R$ 7.632,00.

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As nomeações vieram à tona no contexto em que o Ministério Público Eleitoral pede a cassação do mandato de Cazarin, investigado por suposta captação ilícita de votos às vésperas do pleito.

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Em setembro do ano passado, a irmã do vereador foi flagrada com dinheiro em espécie e uma lista com nomes de eleitores, fato que desencadeou a investigação da Polícia Federal. Segundo o relatório, mais de R$ 23 mil foram distribuídos a eleitores.

Procurada à época para comentar as nomeações, a Prefeitura de Corumbá afirmou que não houve nepotismo nas contratações. Segundo o município, os servidores comissionados não atuam no mesmo setor e cumprem critérios técnicos para exercer as funções.

A administração ainda justificou que os cargos são vinculados a estruturas distintas — um na prefeitura e outro na Fundação de Esportes — e, portanto, não se configuraria vínculo hierárquico direto entre os familiares e o vereador.

Cazarin, atualmente é alvo de pedido de cassação movido pelo promotor Rodrigo Corrêa Amaro. A audiência que pode definir o futuro do mandato do parlamentar está marcada para 28 de agosto, na 7ª Zona Eleitoral de Corumbá.

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