Com a chegada de uma nova frente fria prevista para esta quinta-feira (18), Mato Grosso do Sul se prepara para uma combinação de temperaturas baixas e céu encoberto, em meio a uma severa estiagem que já afeta mais de 40 municípios. As regiões sul e sudoeste devem ser as primeiras a sentir os impactos da mudança no tempo, com registros previstos de pancadas de chuva isoladas e aumento da nebulosidade.
A cidade de Ponta Porã amanheceu coberta por nevoeiro, um indicativo do sistema frontal que avança pela região. O cone-sul e o entorno de Dourados devem enfrentar as manhãs mais geladas, com mínimas entre 5°C e 7°C e máximas que não devem passar dos 22°C ao longo de sexta-feira e sábado.
Em Campo Grande, o vento frio deve ganhar força a partir de sexta, com rajadas de até 60 km/h. A capital terá dias com amanheceres variando entre 10°C e 15°C, enquanto as tardes devem alcançar até 26°C. Já o Pantanal e municípios do sudoeste, como Corumbá e Porto Murtinho, terão mínimas por volta dos 6°C, enquanto as máximas ficarão entre 19°C e 25°C.
Municípios do bolsão, leste e norte de Mato Grosso do Sul, como Coxim e Três Lagoas, também sentirão os efeitos do frio, mas de forma mais amena. Nessas localidades, as mínimas devem ficar entre 12°C e 16°C, com calor moderado à tarde, variando de 25°C a 31°C.
Chuva escassa e solo seco preocupam
Apesar da previsão de chuvas pontuais, o levantamento feito pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) alerta para uma situação crítica de seca. Nos primeiros 15 dias de julho, mais da metade das cidades sul-mato-grossenses não registraram sequer 1 mm de precipitação. Em Iguatemi, por exemplo, choveu apenas 0,8 mm, o que representa 1% do volume histórico esperado para o período.
Campo Grande não escapou da estiagem: foram apenas 2,6 mm acumulados, uma redução de 93% em relação à média de 35,7 mm. O mesmo cenário se repetiu em municípios como Dourados, Bataguassu, Maracaju e Três Lagoas, todos com déficit total de chuva entre os dias 1º e 15 de julho.
Pantanal e centro-sul são os mais afetados
A seca severa tem comprometido o equilíbrio da umidade do solo, elevando o risco de incêndios florestais e colocando a agricultura em alerta. As regiões mais críticas estão concentradas no centro-sul e no bioma pantaneiro, onde os efeitos da estiagem tendem a ser mais duradouros e com impacto direto sobre a fauna, flora e a produção agropecuária.