Líder do PCC é extraditado da Bolívia e entregue a Polícia Federal em Corumbá

Tuta líder do PCC estraditado da Bolívia
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  • Post publicado:18 de maio de 2025

Corumbá (MS)- Foi extraditado na manhã deste domingo, 18 de maio, o traficante Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, apontado como líder do PCC e sucessor de Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, um dos principais líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Tuta foi preso na última sexta-feira, (16), em Santa Cruz de La Sierra, quando tentava renovar o visto de permanência na Bolívia, utilizando um documento com nome falso. Conforme as autoridades policiais bolivianas, o brasileiro se apresentou como Maycon Gonçalves da Silva, de 54 anos, para renovar a Cédula de Identidade de Estrangeiro (CEI).

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Tuta chega escoltado pela Felcc na fronteira entre Corumbá e Puerto Quijarro / Fotos: Entrecomillas

Durante a checagem, o sistema internacional alertou para um mandado de prisão com difusão vermelha da Interpol. A Polícia Federal foi então acionada e confirmou a verdadeira identidade.

A transferência do criminoso para o Brasil, se deu sob um forte esquema de segurança que envolveu, além da Polícia Boliviana, a Polícia Federal brasileira, Polícia Militar, agentes de trânsito, entre outros.

Por volta das 10 horas da manhã (horário de MS), Tuta deu entrada na imigração boliviana acompanhado de policiais da FELCN. Logo em seguida, foi encaminhado para Ponte da Amizade, na linha internacional na divisa do Brasil com a Bolívia, nos municípios de Puerto Quijarro e Corumbá.

Conforme apurado pela reportagem do Folha MS, Tuta deve ser imediatamente transferido pelo Comando de Operações Táticas da PF (COT), para São Paulo, onde deve permanecer a disposição da Justiça.

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Criminoso será transferido em uma aeronave da Polícia Federal para São Paulo / Fotos: Entrecomillas

Alvo da Operação Sharks

No Brasil, Marcos Roberto de Almeida tem duas ordens de prisão emitidas no contexto da Operação Sharks, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo. Ele já foi condenado a 12 anos e seis meses por organização criminosa e responde a outro processo por lavagem de dinheiro.

A Operação Sharks foi deflagrada em 2020 e tinha como objetivo desarticular a nova cúpula do PCC, formada após a transferência de Marcola para um presídio federal em 2019. De acordo com os promotores responsáveis, Tuta foi indicado por Marcola para assumir a chefia da facção, tanto dentro quanto fora dos presídios.

Na época, ele já era identificado como um dos integrantes da chamada “Sintonia Final da Rua”, núcleo de comando externo do PCC. Para manter o disfarce, chegou a se apresentar como adido do consulado de Moçambique em Belo Horizonte, segundo o MP.

Lavagem de dinheiro e movimentações internacionais

Além de ser apontado como o novo chefe do PCC, Tuta também era investigado por participar de um esquema de lavagem de dinheiro por meio da operação conhecida como dólar-cabo, com movimentações financeiras no Paraguai e na Bolívia.

Conforme apurações da Operação Sharks, o grupo criminoso movimentava cerca de R$ 100 milhões por ano. Para ocultar os valores, integrantes da facção usavam imóveis com compartimentos falsos e adquiriam veículos de luxo. Parte do dinheiro era remetida ao exterior por doleiros.

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Durante a operação, agentes apreenderam armas, explosivos, veículos e mais de R$ 100 mil em dinheiro vivo. Os mandados foram cumpridos em diversas regiões de São Paulo.

Risco ao promotor

Tuta também era um dos alvos de investigações relacionadas ao plano do PCC para assassinar o promotor Lincoln Gakyia, responsável por pedir a transferência de líderes da facção para presídios federais. Marcola, segundo denúncia do MP, teria ordenado o atentado em 2018.

Desde então, o promotor vive sob escolta. Em 2020, Marcola foi formalmente acusado de ser o mandante da tentativa de homicídio.

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