Mãe é condenada a seis anos por matar bebê de cinco meses em Campo Grande

mãe é condenada por matar filha, homicídio bebê Campo Grande
  • Autor do post:
  • Post publicado:13 de maio de 2025

Com base em decisão do Tribunal do Júri, Gabrieli Paes da Silva recebeu nesta terça-feira (13) a sentença de seis anos de reclusão em regime inicial semiaberto pelo homicídio da própria filha, Melany Paes, de apenas cinco meses de idade.

O crime ocorreu em junho de 2021, no bairro Vila Bandeirantes, em Campo Grande. A pena foi reduzida em razão da semi-imputabilidade da acusada, que foi reconhecida ao longo do processo.

A sessão foi marcada por forte tensão e contou com a participação ativa dos jurados, que chegaram a interrogar Gabrieli durante seu depoimento. Ao responder, ela negou ter planejado a morte da criança. “Foi um impulso”, afirmou à corte. Também declarou que não houve influência externa para cometer o ato.

Durante o julgamento, o juiz Carlos Alberto Garcete atendeu ao pedido da defesa para que a imagem da acusada fosse preservada. O Ministério Público sustentou que Gabrieli cometeu homicídio doloso qualificado por asfixia. Apesar da gravidade do crime, o laudo psiquiátrico serviu de base para a aplicação do regime menos severo.

Gabrieli chegou a declarar, na época da investigação, que acreditava que a filha tinha um “chip da besta” na cabeça, referência que ela associava à vacinação da criança. No tribunal, tentou reformular sua fala, dizendo que acreditava que Melany estava “possuída” por um demônio. “Ela era um bebê muito inteligente, por isso achei que havia algo estranho”, declarou.

Questionada ainda sobre suas crenças religiosas, disse que sua fé sempre foi cristã, embora tenha convivido com um ex-companheiro adepto da umbanda. “Participei de algumas festas, mas não era minha religião”, explicou.

Sobre o dia da morte, Gabrieli relatou ter dado dois banhos na filha — um na banheira e outro sob a ducha — entre 16h e 17h, antes de sair a pé com o carrinho em direção à casa de amigas. Relatou, no entanto, lacunas na memória em relação ao tempo e aos diálogos ocorridos. “Não sei quanto tempo demoraram para notar que ela tinha morrido. Também não me lembro se falei algo sobre o chip da besta naquele momento”, disse.

O reconhecimento de distúrbios mentais à época do crime fundamentou a definição da pena em regime semiaberto.

📸Acompanhe também o Folha MS no Instagram

arte whats2 mãe é condenada