Os cardeais da Igreja Católica iniciaram nesta quarta-feira (7) o conclave para eleger o novo papa, após a morte do Papa Francisco no mês passado. O processo, que ocorre na Capela Sistina, no Vaticano, é marcado por isolamento completo dos eleitores e forte esquema de segurança para garantir o sigilo.
A escolha do novo pontífice segue um ritual que remonta à Idade Média e exige que um dos cardeais atinja pelo menos dois terços dos votos. Participam da votação 133 cardeais com menos de 80 anos, representando 70 países, número recorde em relação ao conclave anterior, de 2013.
Votação pode levar dias
Neste primeiro dia, está prevista apenas uma votação. Caso nenhum nome atinja a maioria necessária, os cardeais seguirão votando — até quatro vezes por dia — até que um novo papa seja escolhido. A fumaça preta indica votação inconclusiva, enquanto a fumaça branca, acompanhada do toque dos sinos, anuncia a eleição de um novo líder para os mais de 1,4 bilhão de católicos no mundo.
Continuidade ou ruptura
O Colégio dos Cardeais está dividido quanto ao perfil ideal para o próximo papa. Parte dos membros defende a continuidade da agenda reformista de Francisco, enquanto outros pedem um retorno a práticas mais tradicionais da Igreja. Em missa celebrada antes do conclave, o decano do Colégio, cardeal Giovanni Battista Re, afirmou que os cardeais devem votar com base no bem da Igreja e da humanidade, deixando de lado interesses pessoais.
Embora não haja um favorito claro, nomes como o italiano Pietro Parolin e o filipino Luis Antonio Tagle são mencionados com frequência. Outros possíveis candidatos incluem o francês Jean-Marc Aveline, o húngaro Peter Erdo, o americano Robert Prevost e o italiano Pierbattista Pizzaballa.
Perfil internacional e Igreja em transformação
A eleição contará com 80% dos eleitores nomeados pelo próprio Papa Francisco, o que pode favorecer um sucessor alinhado à sua visão pastoral. A composição mais diversa do colégio eleitoral também abre espaço para que o novo papa venha de regiões com crescimento no número de fiéis, como o sul global — tendência já verificada com a escolha de Francisco, o primeiro papa latino-americano.
A expectativa é de que os cardeais cheguem a um consenso em poucos dias, evitando sinais de divisão interna ou prolongamento excessivo do processo.