O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou por unanimidade a extradição do boliviano Antonio Parada Vaca, preso em Corumbá desde janeiro de 2022. Ex-diretor de Recursos Humanos da prefeitura de Santa Cruz de la Sierra, ele é acusado de comandar um esquema que desviou mais de US$ 1 milhão por meio de salários de 800 funcionários fantasmas.
Conforme a imprensa boliviana, no esquema, os valores eram depositados em contas controladas por ele e aliados, segundo o Ministério Público da Bolívia.
A decisão da Primeira Turma do STF, concluída em 14 de março, se baseou no Acordo de Extradição do Mercosul e na Convenção da ONU contra Corrupção. Parada responderá na Bolívia por crimes como lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e contratos lesivos ao Estado.
Contexto da prisão
Parada foi detido em 25 de janeiro de 2022 por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Após a prisão em Corumbá, cidade fronteiriça, parlamentares do MAS (partido de Evo Morales) viajaram ao local para pressionar sua extradição.
A defesa do ex-diretor alegou perseguição política e tentou obter refúgio no Brasil, mas o pedido foi negado pelo Conare e pelo Ministério da Justiça.

Próximos passos
A extradição depende agora da assinatura do presidente da República, conforme exige a lei brasileira. Além disso, só ocorrerá após a conclusão de processos pendentes de Parada no Brasil — detalhes que a Justiça ainda não divulgou.
O STF classificou a decisão como instrutória, ou seja, reconhece o direito da Bolívia de processá-lo, sem pré-julgar mérito penal.