Corumbá (MS)- A morte de um bebê recém-nascido, na maternidade de Corumbá virou caso de polícia. De acordo com informações apuradas pela reportagem do Folha MS, a mãe deu entrada na maternidade no dia 04 e foi encaminhada para o procedimento de cesariana.
Familiares contaram que a criança nasceu bem, mas foi diagnosticado com Icterícia e que apresentava uma coloração amarelada. A patologia é uma doença que requer atenção médica já que pode evoluir para outros problemas e até à morte.
O menino que recebeu o nome de Killian Lima de Carvalho, apresentava uma coloração muito amarelada e foi realizado no dia seguinte um exame médico que segundo eles, até hoje não se conhece o resultado.
Sem receber a devida atenção médica, no dia 06 a criança já apresentava uma coloração alaranjada e era possível observar saída de secreção pelo nariz na mesma cor. O pai e tia da criança relataram que o médico que vinha atendendo mãe e o menino desde o nascimento, não teria aparecido e nem respondido as chamadas da família e também da equipe do hospital.
Nesta sexta-feira (6), a tia da criança o levou para tomar um banho de sol e neste momento encontrou o médico pediatra Dr. Emerson que percebendo a alteração da criança, o encaminhou imediatamente para procedimentos médicos.
Os familiares foram informados da gravidade do caso e que se não houvesse melhora no quadro de saúde do menino, seria necessário a sua transferência para Capital. No entanto, a criança não resistiu e morreu por volta de 2h40 da madrugada.
A família só foi avisada sobre a morte, às seis da manhã, quando o pai e a tia chegaram na unidade. Eles foram informados que a criança teria sido encaminhada para o necrotério e que poderiam ir ao local para ver o corpo.
A surpresa tanto da família quanto da equipe de profissionais que acompanharam os parentes, o corpo foi encontrado em meio a lençóis sujos e jogado sobre uma pia.
“Quando chegamos no local não acreditamos na imagem que vimos, a criança jogada como se fosse um bicho em meio a lençóis sujos, sem roupa e cheio de formigas que tomavam conta o seu corpo”, afirmou a tia da criança.
A reportagem do Folha MS esteve na Santa Casa à procura de uma posição do presidente da junta interventora da unidade, Eduardo Iunes, mas até o fechamento desta matéria, nenhum integrante da administração havia se apresentado para dar alguma justificativa.
Profissionais da unidade que não quiseram se identificar, contaram à reportagem que certamente houve um erro na condução do caso, já que o procedimento em casos de falecimento é a imediata comunicação da família e acondicionamento do corpo em câmara fria.
Os familiares relataram que somente após encontrarem o corpo do menino repleto de formigas é que o cadáver foi limpo e acondicionado em resfriamento.
A Polícia Civil foi acionada e compareceu na unidade onde realizou a perícia e vai apurar as circunstâncias dos fatos.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que não compactua com o tratamento dispensado para o caso e que ao tomar conhecimento do fato, irá acompanhar o caso junto à presidência da junta interventora.
A Secretaria de Saúde de Corumbá informa que tomou conhecimento do ocorrido e que está acompanhando o caso junto a administração do Hospital.
Ressaltamos que a administração municipal não é conivente com este tipo de atitude, e tem trabalhando constantemente pela humanização e pelo bom atendimento prestado ao munícipe.