Os desafios enfrentados pela população ribeirinha em áreas isoladas do Pantanal de Mato Grosso do Sul ganharam reforço com as operações de evacuação aeromédica (EVAM) realizadas pela Marinha do Brasil (MB). Durante 2024, o Comando do 6º Distrito Naval (Com6ºDN) executou 44 missões de resgate, atendendo casos graves como quedas de cavalo, partos de risco, picadas de cobra e fraturas.
As operações, realizadas pelo 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Oeste (1ºEsqdHU-61), utilizam helicópteros modelo Esquilo para alcançar regiões de difícil acesso. Entre os resgates mais marcantes está o de uma adolescente de 13 anos, em trabalho de parto ativo, conduzida com segurança até a Santa Casa de Corumbá, conforme relatou o Segundo-Tenente Matheus De Oliveira Morais, médico do Hospital Naval de Ladário.
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“Tínhamos a informação de uma gestante possivelmente em trabalho de parto. Quando chegamos ao local, em uma região a 70 km de Ladário (MS), fiz os primeiros atendimentos. A adolescente já estava em trabalho de parto ativo, com frequência e duração das contrações altas, além de 8 centímetros de dilatação. Foi preciso agilidade e análise se daria tempo de chegarmos até a maternidade, mas conseguimos levá-la com segurança até a Santa Casa de Corumbá”
As evacuações são acionadas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul quando o acesso terrestre é inviável. Em uma das operações, realizada em setembro, o Cabo Jorge Miguel Peçanha Zolabarrieta, natural de Ladário, participou de seu primeiro resgate na região do Paiaguás, em meio às dificuldades causadas por queimadas e baixa visibilidade.
“Foi um momento de euforia e uma sensação de dever cumprido”, destacou o militar. Essas operações não apenas garantem assistência à saúde, mas também estreitam os laços entre as Forças Armadas e as comunidades locais, reafirmando o compromisso com a segurança e o bem-estar da população pantaneira.