Após julgamento que durou dois dias, Stephanie de Jesus da Silva, 26 anos, e Christian Campoçano Leitheim, 27 anos, foram condenados a um total de 52 anos de prisão pela morte de Sophia de Jesus Ocampo, filha de Stephanie. A sentença foi anunciada nesta quinta-feira (5), pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.
- Stephanie: Sentenciada a 20 anos por homicídio qualificado, incluindo motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e homicídio doloso por omissão.
- Christian: Condenado a 32 anos por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos) e estupro de vulnerável.
Sophia, de apenas 2 anos, morreu no dia 26 de janeiro de 2023, após sofrer agressões e abusos. Quando levada pela mãe a uma unidade de saúde, já estava morta havia cerca de quatro horas. Laudos periciais indicaram múltiplos ferimentos, evidências de violência sexual e sinais de tortura.
🚀𝑷𝒂𝒓𝒕𝒊𝒄𝒊𝒑𝒆 𝒅𝒐 𝒈𝒓𝒖𝒑𝒐 𝑽𝑰𝑷 𝒅𝒐 𝑭𝒐𝒍𝒉𝒂 𝑴𝑺 𝒆 𝒓𝒆𝒄𝒆𝒃𝒂 𝒂𝒔 𝒏𝒐𝒕𝒊́𝒄𝒊𝒂𝒔 𝒆𝒎 𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒊𝒓𝒂 𝒎𝒂̃𝒐 📣
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Histórico de violência
As investigações revelaram que Sophia havia recebido atendimento médico mais de 30 vezes devido a lesões causadas pelas agressões do casal. Entre os casos, foi constatado que a menina teve a perna quebrada após levar um chute do padrasto.
De acordo com mensagens analisadas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), o casal torturava a criança regularmente.
Alegações e defesa
Durante o julgamento, Stephanie afirmou que Christian seria o responsável pela morte e disse que ele a impediu de buscar ajuda médica para a filha. Por outro lado, Christian acusou Stephanie de não levar a menina ao hospital, afirmando que ambos consumiram álcool e drogas antes da tragédia.
Ação contra o poder público
O pai de Sophia, Jean Carlos Ocampo, e seu marido, Igor de Andrade, que também se considera pai da menina, entraram na Justiça contra o Estado e o município de Campo Grande. Eles alegam que falhas na rede de proteção à infância e suposta homofobia institucional contribuíram para a tragédia. O objetivo é obter indenização por danos morais e pressionar por melhorias na proteção de crianças.
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Repercussão
A sentença representa um marco em um caso que destacou falhas graves no sistema de proteção infantil. O Ministério Público, representado pelo promotor José Arturo Iunes, afirmou que o papel do júri era “fazer justiça”, não conceder perdão, e o Conselho de Sentença acolheu as teses da acusação.