A destinação inadequada de resíduos sólidos ainda é uma realidade em Mato Grosso do Sul. Segundo o levantamento divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 22 dos 79 municípios do Estado mantêm lixões a céu aberto, representando 25% do total.
Apesar de a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) ter determinado a eliminação dessas práticas até 2023, muitas cidades enfrentam dificuldades para implementar soluções adequadas.
Principais tipos de destinação de resíduos em MS
De acordo com o IBGE, os municípios sul-mato-grossenses utilizam diferentes formas de destinação dos resíduos sólidos:
- Lixões: ausência de controle, gerando poluição do solo, da água e do ar.
- Aterros controlados: apresentam algum nível de gestão, como captação de gás metano, mas sem garantir total adequação ambiental.
- Aterros sanitários: realizam o manejo correto, com tratamento de chorume e prevenção da contaminação ambiental.
Atualmente, o Estado conta com:
- 20 aterros sanitários
- 9 aterros controlados
- 40 áreas de bota-fora (para resíduos da construção civil)
- 19 instalações de recuperação de materiais recicláveis
- 5 unidades de compostagem
Impactos dos lixões para o meio ambiente
Os lixões oferecem riscos significativos, como:
- Contaminação do solo e do lençol freático pelo chorume.
- Proliferação de vetores de doenças, como moscas e ratos.
- Danos ao ar, agravados pela queima irregular de resíduos.
Entre as 22 cidades que ainda utilizam lixões, duas apresentam vazadouros localizados em áreas alagadas, aumentando os impactos ambientais.
Desafios na implantação de aterros
A dificuldade financeira e a ausência de incentivo governamental são os principais entraves enfrentados pelos municípios para implementar aterros sanitários. Pequenas cidades dependem de projetos específicos e suporte técnico, que muitas vezes não estão disponíveis.
Conforme o IBGE, os principais obstáculos relatados incluem:
- Falta de recursos financeiros: problema de 2.872 municípios.
- Legislação e planejamento inadequados: 2.152 cidades apontaram essa dificuldade.
- Falta de pessoal qualificado: relatada por 2.162 municípios.
Cenário nacional e perspectivas
No Brasil, 31,9% dos municípios ainda utilizam lixões como destino de resíduos. A situação é mais crítica nas regiões Norte (73,8%) e Nordeste (51,6%), enquanto no Sudeste e no Sul os índices são significativamente menores, com 12,1% e 5,7%, respectivamente.
Embora a coleta seletiva seja implementada em 60,5% das cidades brasileiras, o desafio da destinação correta dos resíduos sólidos ainda exige maior atenção e investimentos, especialmente para reduzir os impactos ambientais e melhorar a qualidade de vida nas comunidades mais vulneráveis.