O título da Libertadores foi definido por um lance aéreo aos 67 minutos, quando Danilo, entrando por Léo Ortiz, subiu alto e cabeceou para o gol que entregou ao Flamengo a quarta taça continental da história do clube.

Abel Ferreira optou por escalar o Palmeiras com três zagueiros pela décima segunda vez na temporada, uma escolha que moldou a dinâmica do jogo, porque a saída de bola com três homens apresenta comportamentos defensivos diferentes em comparação ao uso de um volante ou lateral nessa função.

No primeiro tempo, o Flamengo teve superioridade técnica e tática, com 67% a 33% de posse, mas criou poucas chances reais. A partida em Lima foi tensa e careceu de brilho, como muitas finais, até que o tempo e a necessidade de tentar algo diferente abriram espaço para o lance decisivo.

Como o jogo se desenrolou

Desde o início, ficou nítido que o Flamengo assumiria a iniciativa com a bola e o Palmeiras buscaria controlar por marcação e transição. A estratégia palmeirense passava por usar três jogadores para neutralizar os três atacantes rubro-negros, com laterais contribuindo na marcação na faixa central.

As opções táticas de Abel admitiam que o Flamengo fosse a equipe com mais posse, porém colocavam a obrigação sobre os palmeirenses de não cometer erros defensivos. A atuação do árbitro argentino Dario Herrera entrou na conversa polêmica ao permitir que Erick Pulgar continuasse em campo após uma solada na canela de Bruno Fuchs, episódio que poderia ter desequilibrado a contagem de faltas e faltou luz ofensiva do Palmeiras para igualar a equação.

Logo no recomeço, Gustavo Gómez evitou gol de Arrascaeta, após Murilo chutar a grama perto da área, e Abel pediu mais atitude ofensiva do seu time. Com o passar do tempo, a questão tornou-se a energia disponível no banco de reservas e nas pernas dos jogadores do Palmeiras, que vinham de desgaste no calendário.

O lance decisivo e o peso de Danilo

No minuto 67, um escanteio abriu o caminho. Danilo, escalado pela ausência de Léo Ortiz, saltou com imponência e cabeceou no canto, tornando-se o protagonista do título. Jogador campeão sul-americano com o Santos e vencedor de duas Ligas dos Campeões da Europa pelo Real Madrid, Danilo passou a ter uma conquista continental em cada lado do oceano, um marco pessoal destacado na cerimônia.

A bola parada resolveu uma final em que o Flamengo, com mais tempo de bola e controle, não conseguiu transformar a superioridade em muitas chances claras, enquanto o Palmeiras fez da organização defensiva sua melhor arma. O gol de cabeça teve impacto imediato, e o estádio testemunhou a consagração do clube carioca como tetracampeão da Libertadores.

O contexto tático, a leitura de jogo e o lance de bola parada marcaram uma decisão em que o Flamengo confirmou sua capacidade de definir partidas importantes, e Danilo ficou com o protagonismo de um momento que escreveu mais um capítulo na história da competição.