Carta do Pantanal reforça papel do bioma na agenda global da COP30

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O Pantanal, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo, foi colocado no centro das discussões da COP30 após estudo indicar que a região está entre as mais afetadas pelo aumento da temperatura no Brasil. Dados da plataforma MapBiomas Atmosfera mostram que, nos últimos 40 anos, o Pantanal registrou elevação média de 1,9°C, enquanto a Amazônia teve aumento de 1,2°C.

Durante a preparação para a conferência, realizada em setembro, os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram as demandas e expectativas do Pantanal na Pré-COP dos Biomas, em Campo Grande. O encontro foi organizado pelo Consórcio Brasil Verde, em parceria com o Governo do MS e apoio do Centro Brasil no Clima, e resultou na entrega da Carta do Pantanal, documento que reforça a vulnerabilidade do bioma e propõe ações de desenvolvimento sustentável.

Na ocasião, a CEO da COP30, Ana Toni, destacou que o Brasil deve se apresentar como provedor de soluções climáticas que conciliem conservação e prosperidade. Ela ressaltou ainda a importância de intensificar a sinergia entre as convenções de clima e biodiversidade, lembrando que a seca histórica entre 2019 e 2024 evidenciou os impactos da crise climática no Pantanal.

O painel contou com a participação do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que defendeu a Lei do Pantanal como instrumento econômico de preservação e financiamento de serviços ambientais, além de representantes de outros estados e setores. O governador do Espírito Santo e presidente do Consórcio Brasil Verde, Renato Casagrande, reforçou que a COP30 precisa ser a “COP da implementação”, com estados e municípios assumindo protagonismo em planos de descarbonização e adaptação.

Pantanal é destaque na COP30 após estudo indicar aumento de 1,9°C na temperatura; Pré-COP em Campo Grande resultou na Carta do Pantanal e reforçou papel dos estados na agenda climática.

A Carta do Pantanal, elaborada por órgãos oficiais, sociedade civil e academia, aponta que os impactos das mudanças do clima — como secas severas, enchentes extremas e incêndios de grande escala — somam-se a deficiências históricas de infraestrutura em saúde, educação e saneamento, comprometendo a qualidade de vida das populações pantaneiras. Entre as recomendações, estão a criação de um Plano Integrado de Desenvolvimento Sustentável do Pantanal, instrumentos de pagamento por serviços ambientais, estímulo à bioeconomia e ao turismo, além do fortalecimento da infraestrutura científica e tecnológica para prevenir e responder a eventos extremos.

A Pré-COP do Pantanal foi a terceira da série de conferências regionais realizadas no Brasil em preparação para a COP30, após encontros na Mata Atlântica e na Caatinga. Outras edições ocorreram no Cerrado e no Pampa, consolidando o esforço nacional para garantir que todos os biomas tenham voz e protagonismo no enfrentamento da crise climática.

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