Mato Grosso do Sul levou a Belém nesta semana um conjunto de políticas públicas que articulam sustentabilidade aliada a preservação ambiental, inclusão social e desenvolvimento econômico, apresentado durante a COP30, que acontece entre 10 e 21 de novembro.
O governador Eduardo Riedel participou de agendas institucionais nos dias 12 e 13 e esteve em painéis promovidos pela Frente Nacional de Prefeitos e pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente, além de apresentar iniciativas do Estado na Agrizone da Embrapa. Jaime Verruck e Artur Falcette acompanharam o chefe do Executivo nas atividades como secretário titular e adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Durante a apresentação na Agrizone da Embrapa, o governador expôs os avanços sul-mato-grossenses e enfatizou a transformação da conservação em oportunidade econômica.
“Estamos mostrando que Mato Grosso do Sul tem projetos concretos, que interessam ao Brasil e ao mundo. Estamos implementando nossas ações, transformando o meio ambiente em ativo econômico, monetizando a sua preservação e levando recursos para quem de fato protege o território, que são os produtores, ribeirinhos, quem vive lá no Pantanal, nos biomas”
O Governo estadual organiza suas ações em torno de quatro pilares centrais, quais sejam segurança alimentar, transição energética, inclusão social e sustentabilidade, conforme os documentos e apresentações levadas ao evento. A estratégia mais emblemática é o MS Carbono Neutro 2030, compromisso público de alcançar neutralidade de carbono até o ano de 2030.
De acordo com informações oficiais, o plano MS Carbono Neutro já orienta programas e investimentos que visam reduzir emissões, ampliar fontes renováveis e gerar renda a partir da conservação. O Estado registrou a maior redução de emissões agropecuárias do país, com queda de 51% entre 2006 e 2022, e mantém uma matriz energética composta por 94% de fontes renováveis.
O cenário territorial sul-mato-grossense combina três biomas principais, com 27% do território no Pantanal, 63% no Cerrado e 10% na Mata Atlântica, e preserva 38% de vegetação nativa no total. A preservação do Pantanal ainda é significativa, com 84% da vegetação pantaneira mantida, segundo os dados apresentados.
Políticas estruturantes como a Lei do Pantanal, o Fundo Clima e os Programas de Pagamento por Serviços Ambientais foram destacados como instrumentos que substituem uma lógica punitiva por mecanismos de valorização econômica da preservação. Entre os programas citados estão o PSA Bioma Pantanal e o PSA Brigadas de Incêndio, que buscam gerar novas fontes de renda para produtores, comunidades tradicionais e municípios.
O Pacto Pantanal é outro eixo que recebeu ênfase, sendo apontado como o maior programa de preservação e desenvolvimento sustentável do bioma no Brasil, com R$ 1,4 bilhão previstos até 2030 destinados a ações em infraestrutura, produção, educação, saúde, saneamento e conservação.
A transversalidade da agenda ambiental foi demonstrada com números de impacto em áreas sociais. Na educação o Estado registrou o segundo maior avanço na alfabetização, com melhoria de 17,75%, e alcançou a terceira posição nacional em maturidade digital. Em capital humano, Mato Grosso do Sul aparece em segundo lugar, com 89 pontos, e na assistência social programas de busca ativa inseriram mais de 3 mil famílias no Mais Social, conforme relatado pela Secretaria de Estado de Assistência Social de Direitos Humanos.
Na esfera socioeconômica, o Estado mantém indicadores positivos em emprego e pobreza, com taxa de desocupação em 2,9%, a quarta menor do país, e taxa de extrema pobreza em 2%, a terceira menor, com queda continuada desde 2019, de acordo com os dados apresentados nas agendas oficiais.
O impacto econômico das políticas ambientais também foi quantificado nas apresentações. O governo atual atraiu mais de R$ 81 bilhões em investimentos privados, e o acúmulo desde 2015 alcança R$ 141 bilhões. Em termos produtivos, Mato Grosso do Sul se destaca como segundo maior produtor de etanol de milho do Brasil, quarto em etanol de cana, quinto em açúcar e quarto em exportação de bioeletricidade.
A expansão de florestas plantadas chegou a 1,753 milhão de hectares, um aumento de 516% desde 2010, e a produção no Vale da Celulose concentra 87% da produção estadual em 12 municípios, ocupando 1,5 milhão de hectares de eucalipto. O Estado identificou 4,7 milhões de hectares de pastagens aptas à recuperação para sistemas produtivos de baixo carbono.
A transição energética avança com 22 usinas de bioenergia em atividade e com o fortalecimento do mercado de carbono estadual, que terá um chamamento público previsto para janeiro, destinado a atrair investidores nacionais e internacionais e direcionar recursos a produtores, comunidades tradicionais, municípios e projetos de recomposição ambiental.
O crescimento industrial acumulado entre 2010 e 2020 foi de 66%, com a bioenergia representando 17% do PIB industrial, indicadores usados para sustentar a tese de que sustentabilidade e desenvolvimento são complementares no modelo estadual.
Na avaliação final do governador sobre a estratégia apresentada em Belém, ele afirmou que a experiência sul-mato-grossense funciona como modelo nacional ao integrar preservação, inclusão e inovação. “Essa agenda está no centro de nossa estratégia. Desenvolvimento sustentável significa integrar meio ambiente, economia e inclusão social. É isso que permite que o Estado cresça acima da média nacional, gere emprego, reduza desigualdades e, ao mesmo tempo, preserve seus biomas. Essa é a equação que entregamos ao Brasil e ao mundo”
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