MS terá três usinas de energia solar com capacidade para suprir 63% do consumo
O Governo de Mato Grosso do Sul confirmou a implantação de três usinas de energia solar capazes de suprir 63% do consumo atual do Estado, conforme anúncio feito pela Semadesc.
O aporte privado será de R$ 5,12 bilhões pela Casa dos Ventos, empresa de destaque no setor de renováveis. As obras serão realizadas simultaneamente em áreas de Campo Grande, Paranaíba e Paraíso das Águas. Em reunião na Governadoria, com a presença do governador Eduardo Riedel, do secretário Jaime Verruck, do fundador e presidente da Casa dos Ventos Mario Araripe e do diretor Thiago Rezende, foram apresentados os projetos e confirmados os cronogramas de entrada em operação.
Duas unidades devem entrar em funcionamento em junho e julho do ano que vem e a terceira em setembro de 2027.
Com a concretização dos empreendimentos, Mato Grosso do Sul passará a figurar entre os 10 maiores geradores de energia solar do país, segundo a Secretaria. Em pronunciamento sobre o projeto, Jaime Verruck destacou a importancia do trabalho em busca de autonomia energética.
“Sozinhas, essas três usinas da Casa dos Ventos farão aumentar em 45% a potência instalada do Estado e representa um crescimento de 8% em nível de Brasil. Mato Grosso do Sul tem uma carteira de R$ 105 bilhões em investimentos privados em fase de implantação e planejamento. A oferta de energia é um dos requisitos fundamentais que os empresários procuram antes de investir. Portanto, esse projeto se insere perfeitamente no plano de desenvolvimento que o Governo traça para o Estado”, salientou.
Detalhes técnicos dos empreendimentos apontam grande escala de ocupação e capacidade. O projeto Rio Brilhante, localizado na região sul de Campo Grande, próximo à divisa com Nova Alvorada do Sul, será instalado em 1.100 hectares e terá 1.105.920 módulos com potência de 491 MW.
O Projeto Solar Seriemas, em Paranaíba, ocupará 940 hectares, contará com 889.200 módulos e terá capacidade de 400 MW. Em Paraíso das Águas, o Projeto Solar Paraíso ocupará 1.250 hectares, receberá 1.252.800 módulos e alcançará 640 MW instalados.
Somadas, as três usinas ampliarão de forma expressiva a capacidade instalada do estado e demandarão mão de obra elevada durante a construção. Conforme as informações oficiais, mais de 4 mil trabalhadores serão contratados no pico da obra. Todos os projetos já receberam licenciamento do Imasul e destinaram mais de R$ 25 milhões em compensação ambiental, além de adotarem medidas de mitigação exigidas pelas autoridades ambientais.
A Casa dos Ventos, fundada em 2007, possui atuação consolidada no setor e um portfólio relevante de projetos. Conforme divulgado pela empresa, são 4,3 GW de empreendimentos em operação e em construção, e a companhia tornou-se, em 2023, o veículo exclusivo de renováveis da TotalEnergies no Brasil. O grupo ligado à Casa dos Ventos afirma também ter mais de 60 GW de projetos desenvolvidos ou em desenvolvimento em sua carteira.
O avanço da energia solar no estado insere-se no planejamento do Governo para ampliar a matriz renovável e apoiar a atração de investimentos privados. A iniciativa também é apontada como peça-chave na meta de tornar Mato Grosso do Sul carbono neutro até 2030, e obedece às diretrizes do Programa MS Renovável, voltado à ampliação das fontes limpas.
O governo estadual já vinha usando a energia solar em programas sociais e de eficiência. O projeto Ilumina Pantanal, em parceria com a Energisa, levou energia renovável a 2.975 famílias isoladas e recebeu prêmio internacional como melhor projeto de energia solar em áreas remotas. Outras ações resultaram na instalação de painéis em escolas, parques e prédios públicos, reduzindo despesas e modernizando equipamentos do poder público.
Thiago Rezende, Diretor de Implantação e Operação da Casa dos Ventos, destacou o papel da iniciativa privada na transição energética.
“Estamos falando de um incremento importante na matriz elétrica do estado, o que acelera a transição energética brasileira. Contribuímos com esse movimento a partir de um portfólio robusto e buscando sempre o desenvolvimento do País”, afirmou.
Conforme as informações oficiais, a soma dos três projetos representa um salto relevante na capacidade de geração do estado e reforça a estratégia de usar energia renovável como vetor de desenvolvimento econômico e atração de investimentos.
