Feminicida Gilson Castelan foi achado enforcado em cela individual no Presídio de Trânsito, em Campo Grande
Réu por dois feminicídios, Gilson Castelan de Souza, de 48 anos, foi encontrado morto na tarde desta terça-feira, 4, na unidade conhecida como Presídio de Trânsito do complexo penal de Campo Grande. A informação preliminar é de que o detento cometeu suicídio.
Segundo apuração, Gilson estava sozinho em uma cela individual quando foi localizado por agentes penitenciários por volta das 16h, enforcado com uma corda improvisada feita de lençóis.
De acordo com as informações levantadas, o corpo foi visto no período da tarde durante a ronda dos agentes. A ocorrência ainda segue na fase inicial de investigação, e as autoridades registraram a hipótese inicial de suicídio, sem confirmação oficial de causas além do laudo pericial que será realizado.
Crime em Campo Grande
Gilson havia sido preso em flagrante no dia 28 de outubro, após matar a facadas Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, dentro de uma empresa no Bairro Jardim Colúmbia, enquanto a vítima trabalhava. Testemunhas relataram que o autor iniciou os golpes de forma súbita, atingindo cabeça e pescoço. Mesmo ferida, Luana tentou fugir e pediu socorro na rua, mas caiu poucos metros à frente. O Samu foi acionado e tentou reanimá-la, sem sucesso. A vítima deixou cinco filhos.
Segundo dados do registro policial, Gilson trabalhava há cerca de 20 dias no local e foi detido minutos depois, ainda com a faca nas mãos. Durante a abordagem, ele admitiu o crime e declarou que agiu “por raiva”. O caso foi formalizado como feminicídio pela autoridade responsável.
Homicídio anterior e repercussão
O preso também respondia por outro crime grave. Em junho de 2022, Gilson matou a ex-companheira Sibelne Duroure da Guia, de 40 anos, em Várzea Grande. A vítima foi encontrada dentro da residência com 13 golpes de faca na cabeça e no pescoço, e o corpo foi descoberto pelo irmão do suspeito, que percebeu o silêncio na casa. Policiais que atenderam a ocorrência relataram que o imóvel estava coberto de sangue e com sinais de luta, e vizinhos disseram que o casal brigava com frequência por ciúmes.
A Justiça expediu mandado de prisão dois dias após o crime, mas Gilson fugiu e ficou foragido por mais de três anos. O caso voltou a ganhar repercussão quando Rogério Adriano, jornalista e irmão de Sibelne, reconheceu o nome do suspeito nas notícias sobre o feminicídio ocorrido em Campo Grande. Segundo Rogério, “Quando soube o nome da vítima, descobri que era minha irmã”. Ele descreveu a prisão como um misto de sentimentos e afirmou que “Foi uma surpresa. Apesar da prisão, isso não traria minha irmã de volta”.
Após a captura em Campo Grande, o suspeito foi levado ao Presídio de Trânsito, unidade destinada a detentos provisórios. Desde a entrada na unidade, permanecia em cela individual e não constavam registros de comportamento violento no período em que esteve recolhido.
- Com informações Campo Grande News

