Programa EJA Mulher oferece recomeço a sul-mato-grossenses por meio da educação

Descubra como o EJA Mulher em Campo Grande transforma vidas, oferecendo educação, acolhimento e qualificação profissional para mulheres.
Iniciativa oferece educação e acolhimento a mulheres em situação de vulnerabilidade social em Campo Grande, promovendo autonomia, inclusão e esperança
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EJA Mulher promove acesso, permanência e qualificação para 145 mulheres em Campo Grande

O Curso EJA Mulher tem aberto caminhos para mulheres de diferentes idades em Campo Grande, ao combinar educação básica e atenção às trajetórias de vida. Implementado como projeto-piloto em 2024, o programa chega a 2025 atendendo 145 mulheres em turmas distribuídas em três escolas estaduais, segundo informações do projeto.

O público-alvo do EJA Mulher são mulheres a partir de 16 anos, para anos iniciais, e a partir de 18 anos, para os anos finais do Ensino Fundamental. O objetivo do curso é promover o acesso, a permanência e a inclusão educativa, valorizando experiências pessoais e oferecendo caminhos para qualificação profissional e maior empregabilidade.

Acolhimento e metodologia

De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, o curso reúne componentes de Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza, com adaptações pedagógicas que valorizam os saberes prévios das estudantes. Em algumas unidades, como a Escola Estadual Vereador Cristóvão Silveira, o programa também inclui qualificação profissional, ampliando as possibilidades de inserção no mercado de trabalho.

Um dos diferenciais apontados pela equipe é a sala de acolhimento, uma brinquedoteca que recebe os filhos das estudantes durante as aulas noturnas. No espaço, as crianças participam de atividades lúdico-pedagógicas, com jogos, leituras e musicalização, acompanhadas por uma profissional especializada. Segundo a coordenação, essa iniciativa tem sido essencial para reduzir a evasão e garantir que as mulheres permaneçam estudando sem a preocupação com o cuidado dos filhos.

“Nosso trabalho parte da escuta e do respeito às trajetórias de vida. Acreditamos que o conhecimento só tem sentido quando dialoga com a história de quem aprende, aqui conhecemos muitas histórias, são muitas batalhas, essas mulheres são batalhadoras e merecem ter essa oportunidade para retomar os estudos”, afirma a professora Flávia da Fonseca Vilela, que atua na EJA da Escola Vereador Cristóvão Silveira, conhecida como Escola do Amor e do Acolhimento.

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Professora Flávia (Foto: Ewerton Pereira/Secom)

Histórias de recomeço

As experiências das estudantes ilustram o impacto do EJA Mulher na vida pessoal e profissional. Beatriz Resende de Barros, 26 anos, voltou a estudar após o nascimento dos filhos Anthony, de 7 anos, e Yrian, de 4 meses. Beatriz, que lembra ter sido aluna premiada em olimpíadas de matemática quando jovem, conseguiu trazer a filha bebê para a sala, com autorização da direção, e conta que isso fez toda a diferença para sua permanência.

“O diretor permitiu que eu trouxesse a Yrian comigo para a sala de aula, e isso fez toda a diferença. O Anthony fica na brinquedoteca, e ela é como a mascote da escola”, conta com carinho.

“Meu sonho é finalizar o ensino médio, fazer faculdade de Engenharia Civil e dar um bom exemplo para os meus filhos. Quero mostrar pra eles que nunca é tarde pra recomeçar”.

Lucinéia Procópio, 38 anos, moradora do Jardim Noroeste e mãe de três filhos, relata que a proximidade da escola e a possibilidade de deixar o filho de 6 anos bem cuidado na brinquedoteca foram determinantes para sua matrícula. Lucinéia, que trabalha como cuidadora de idosos e cursa atualmente o 8º e 9º ano do Fundamental, disse que pretende concluir o Ensino Médio e cursar Agronomia. Ela incentiva outras mulheres a aproveitar oportunidades semelhantes: “Rompam as barreiras, aproveitem as oportunidades. Nada é fácil, mas é possível quando a gente acredita e luta pelos nossos sonhos”.

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Lucinéia, ao lado do filho (Foto: Ewerton Pereira/Secom)

Joanice Lopes Miranda, 51 anos, também encontrou no EJA Mulher uma nova chance. Após concluir o ensino fundamental por meio da EJA anos antes, ela decidiu voltar a estudar ao saber da abertura de turmas na Escola Vereador Cristóvão Silveira. “Voltar a estudar me fez provar para mim mesma que ainda posso, que tenho capacidade. É como voltar a ser criança”, relata Joanice.

Impacto e propostas

Em 2025, o EJA Mulher está presente nas escolas estaduais Marçal de Souza Tupã-Y, José Ferreira Barbosa e Vereador Cristóvão Silveira, atendendo mulheres em situação de vulnerabilidade social, conforme dados do programa. A proposta reafirma o compromisso com a equidade de gênero e a emancipação feminina por meio da educação, combinando escuta, respeito e afeto para favorecer a autoestima e a reconstrução de projetos de vida.

O curso chega como exemplo de uma educação que busca, além de certificados, oferece condições concretas para que cada mulher possa sonhar, recomeçar e trilhar novos caminhos.

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Entenda o projeto

Nome: Curso EJA Mulher – Educação de Jovens e Adultos
Criação: 2024 (projeto piloto)
Público-alvo: Mulheres a partir de 16 anos (anos iniciais) e 18 anos (anos finais do Ensino Fundamental), em situação de vulnerabilidade social
Objetivo: Promover o acesso à educação, valorizando as histórias de vida e fomentando a equidade de gênero

Escolas participantes (2025):
• Escola Estadual Marçal de Souza Tupã-Y – Jardim Los Angeles
• Escola Estadual José Ferreira Barbosa – Vila Bordon (EJA Mulher Indígena)
• Escola Estadual Vereador Cristóvão Silveira – Jardim Noroeste

Total de alunas atendidas: 145 mulheres
Diferenciais: Sala de acolhimento para filhos das estudantes; formação geral básica e qualificação profissional; metodologias adaptadas à realidade das mulheres adultas.

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Com informações Secom GovMS

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