Um menino de 11 anos, natural de Campo Grande, foi assassinado por asfixia e enterrado pelo próprio pai em uma área de mata no bairro Colinas do Sul, em João Pessoa (PB). O corpo foi localizado em uma cova rasa de cerca de 20 centímetros após o autor, Davi Piazza Pinto, de 38 anos, confessar o crime à polícia.
Segundo as polícias da Paraíba e de Santa Catarina, o assassinato foi premeditado. Davi viajou de Florianópolis até João Pessoa sob o pretexto de visitar o filho, mas antes comprou uma pá de jardinagem e alugou uma propriedade rural para ocultar o corpo.
A vítima era uma criança com autismo não verbal e deficiência visual. De acordo com as investigações, o pai usou uma rede e travesseiros para sufocar o menino, colocou o corpo em um saco plástico e o enterrou em uma área isolada de vegetação.
As autoridades apontam que o crime pode ter sido motivado por vingança, já que o homem não aceitava o fim do relacionamento com a mãe da criança. Durante o depoimento, Davi demonstrou frieza e descreveu com detalhes como matou o filho e onde o enterrou.
No domingo (2), o autor confessou o assassinato à própria mãe, que imediatamente acionou o 190. Com base nas informações repassadas, a polícia paraibana localizou o corpo e confirmou a identidade da vítima.
Em Campo Grande, onde o menino nasceu e viveu os primeiros anos de vida, a notícia causou comoção. Familiares relataram desespero diante da brutalidade do crime.
A tia materna, de 45 anos, contou que a mãe do garoto está em estado de choque e ainda não consegue falar sobre o caso. “Meu sobrinho era um menino feliz, tranquilo, não falava, mas demonstrava carinho com gestos e sons”, disse, emocionada.
Segundo ela, o pai morou por anos na Vila Planalto, em Campo Grande, antes de se mudar para o Sul. “Ele não via o filho havia muito tempo e fingiu querer visitá-lo. No domingo, ele ligou dizendo que tinha matado. É uma crueldade que não cabe em palavras”, relatou, chorando.
O caso gerou indignação nacional. Em João Pessoa, moradores do bairro onde o corpo foi encontrado organizaram uma vigília silenciosa em homenagem à criança.
“Como alguém é capaz de matar o próprio filho, ainda mais de um jeito tão cruel?”, questionou a tia. “Ele tem que pagar. A gente sabe que a Justiça vai fazer o que pode, mas é revoltante pensar que um dia ele pode sair.”
A Polícia Civil da Paraíba deve concluir o inquérito nos próximos dias. Davi permanece preso em Florianópolis, onde se entregou dois dias após o crime, e aguarda transferência para João Pessoa. Ele responderá por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Com informações Campo Grande News

