Presídio Federal de Campo Grande deve receber líder do Comando Vermelho após operação no RJ

Ministério da Justiça transfere líderes do Comando Vermelho para presídios federais; Campo Grande volta ao centro da estratégia.
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O Presídio Federal de Campo Grande deve receber, nos próximos dias, parte da cúpula do Comando Vermelho (CV). A transferência foi confirmada pelo Ministério da Justiça e ocorre em meio à maior operação policial já registrada no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 120 mortos nos complexos do Alemão e da Penha. Mesmo encarcerados, os chefes da facção ordenaram a instalação de bloqueios e barricadas em represália à ação, segundo a Polícia Civil.

O pedido de remoção partiu do governo fluminense, que solicitou à Justiça a saída imediata dos principais líderes da organização. A resposta veio com a decisão de enviar dez integrantes da chamada “comissão” — núcleo de comando do CV — para o sistema federal.

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Operação policial no Rio de Janeiro resultou em mais de 120 mortes

A Senappen (Secretaria Nacional de Política Penitenciária) definiu que os detentos serão divididos entre as cinco unidades de segurança máxima do país: Brasília, Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS). A estratégia é promover dispersão e rodízio, dificultando a comunicação entre os líderes e enfraquecendo a cadeia de comando.

Entre os nomes confirmados estão Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor; Wagner Teixeira Carlos, o Waguinho de Cabo Frio; Rian Maurício Tavares Mota, o Da Marinha; Roberto de Souza Brito, o Irmão Metralha; Agnaldo da Silva Dias, o Naldinho; Fabrício de Melo de Jesus, o Bicinho; e Alexandre de Jesus Carlos, o Choque, além de outros três integrantes.

Dois deles já passaram por Campo Grande. O ex-policial Alexandre “Choque”, preso em 2008 e acusado de planejar a morte do então deputado Fernando Francischini, e Eliezer Miranda Joaquim, o Criam, liderança da Baixada Fluminense, transferido em 2016.

Na mesma unidade cumpre pena há 659 dias Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, considerado um dos principais articuladores do CV. Preso desde janeiro de 2024 em Campo Grande, ele já passou por outras penitenciárias federais e, segundo investigações, teria influenciado mudanças internas da facção mesmo em regime disciplinar.

Marcinho VP também foi citado em apuração que revelou sua participação em um acordo com o PCC (Primeiro Comando da Capital) para encerrar conflitos em Sonora (MS).

A data para remoção dos líderes da facção aos presídios federais não foi divulgada e a transferência deve ser mantida em sigilo por questões de segurança, mas a previsão de fontes é de que ocorra, no máximo até a próxima semana.

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