Um menino de 12 anos morreu em Manchester, na Inglaterra, após inalar gás de desodorante durante o chamado “desafio do desodorante”, prática conhecida internacionalmente como Chroming e popularizada no TikTok. O inquérito divulgado nesta semana apontou que a causa da morte foi intoxicação por butano.
O caso ocorreu em 5 de maio, quando Oliver Gorman foi encontrado desacordado no quarto pela mãe, Clare Gillespie, menos de uma hora depois de a família retornar de férias no País de Gales. Ele chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu.
Durante depoimento no tribunal, Clare afirmou que não sabe o que levou o filho a participar do desafio e acredita que foi algo que deu terrivelmente errado. Ela contou que, enquanto tentava reanimá-lo, um frasco de desodorante caiu da cama, e outros produtos semelhantes foram encontrados no quarto.
A polícia não conseguiu acessar o celular do adolescente, mas localizou registros de uso do TikTok em um óculos de realidade virtual. Um inspetor relatou que havia indícios de que Oliver sofria bullying, com comentários ofensivos sobre sua aparência.
O Chroming é uma prática perigosa que já provocou mortes em diferentes países. O desafio consiste em inalar vapores tóxicos de produtos como desodorantes aerossóis, tintas metálicas e esmaltes, e tem apelo principalmente entre adolescentes.
No Brasil, a morte de Sarah de Castro, de 8 anos, em abril deste ano, levou a um apelo da primeira-dama Janja da Silva por maior regulamentação das redes sociais. Sarah foi a segunda vítima do desafio no país em 2025. Em março, uma menina de 11 anos sofreu parada cardiorrespiratória em Pernambuco após prática semelhante.
Em declaração pública, Janja disse que as redes sociais funcionam hoje como um território sem lei e que representam risco para crianças e adolescentes. Segundo ela, é preciso proteger a vida dos mais jovens e impedir que plataformas digitais se tornem instrumentos de morte.

