CRM-MS suspende médicos após falhas em cirurgia que deixou paciente em estado neurovegetativo

CRM-MS suspende médicos do Hospital do Pênfigo após falhas em cirurgia que deixou paciente neurovegetativo.
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  • Post publicado:24 de outubro de 2025

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) suspendeu por 30 dias dois médicos do Hospital Adventista do Pênfigo, em Campo Grande, após concluir que houve falhas graves em uma cirurgia realizada em 2022. O procedimento deixou Roberto de Avelar Júnior, filho do vereador Beto Avelar (PP), em estado neurovegetativo.

O caso ocorreu em 25 de fevereiro de 2022, durante o Carnaval, quando o paciente entrou andando para retirar um pino do braço. Ele sofreu parada cardíaca, bradicardia e falta de oxigenação, permanecendo 90 dias internado em CTI. A família afirma que houve falhas na extubação e na condução do pós-operatório.

O vereador Beto Avelar disse que a situação transformou a vida da família. “Meu filho entrou andando e saiu neurovegetativo do hospital. São erros gritantes. Quando ficamos sabendo da parada cardiorrespiratória, tomamos todas as providências. Solicitamos a sindicância do hospital e registramos boletim de ocorrência.”

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Roberto de Avelar Júnior teve parada cardíaca em cirurgia e família aponta erro médico. (Foto: Arquivo pessoal)

O julgamento ético-profissional foi realizado por videoconferência e apontou falhas no monitoramento, na anestesia e na condução do procedimento. O relator classificou a conduta como gravíssima e destacou que o caso pode gerar ações cíveis e criminais.

O anestesista Antônio Rodrigues de Pontes Neto foi responsabilizado por negligência, imprudência e imperícia, além de delegar atos exclusivos da profissão e não obter consentimento adequado. A diretora técnica, Karin Kiefer Martins, recebeu punição por acobertar condutas antiéticas, descumprir resoluções e não comunicar irregularidades à comissão de ética.

O vereador também criticou a sindicância interna do hospital, afirmando que a instituição omitiu documentos importantes. “Não quiseram apresentar as oitivas das pessoas ouvidas. Tivemos que pedir judicialmente, e os depoimentos confirmam negligência, imprudência e imperícia.”

O Hospital Adventista do Pênfigo informou, em nota, que o caso está sendo tratado judicial e administrativamente. A instituição reforçou compromisso com ética e qualidade no atendimento e disse confiar em uma solução célere e justa.

As defesas dos médicos não se manifestaram até o fechamento desta edição. A decisão do CRM-MS, embora temporária, pode repercutir em processos judiciais.

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