Depois de mais de uma década de paralisação, a obra de embutimento da rede elétrica do Casario do Porto, em Corumbá, deve finalmente ser concluída. O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) lançou licitação no valor de R$ 3,2 milhões para contratar a empresa responsável pela retomada do projeto, que estava parado desde 2012, quando cerca de 70% da rede subterrânea já havia sido executada.

A concorrência, do tipo menor preço global, foi publicada nesta segunda-feira (13) no Diário Oficial da União. As propostas poderão ser entregues a partir de 13 de outubro, e a abertura está marcada para 18 de novembro. O contrato terá vigência de 11 meses, com prazo de execução de 10 meses e possibilidade de prorrogação.

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Segundo o edital, os serviços incluem a conclusão da rede de distribuição subterrânea, ativação da iluminação das torres e ladeiras, desmontagem das redes aéreas de alta e baixa tensão e entrega do material à Energisa. Também estão previstas a conexão dos consumidores à nova rede e a elaboração do projeto final. As intervenções abrangem as ruas Manoel Cavassa e Mariano Cavassa, contornando o porto até a Ladeira José Bonifácio.

A obra acumula um histórico de tentativas frustradas. A primeira contratação, em 2010, foi encerrada sem conclusão por perda de prazo contratual. Em 2014, uma segunda empresa também teve o contrato rescindido por descumprimento de cláusulas e atrasos. Desde então, os projetos ficaram desatualizados, passando por revisão apenas entre 2023 e 2024, com nova análise técnica em 2025.

Com base nas normas atuais da Energisa, parte do projeto precisará ser refeita. Cabos antigos deverão ser substituídos, caixas de passagem trocadas e dutos adequados. Apenas os transformadores tipo pedestal poderão ser reaproveitados, após inspeção.

Tombado pelo Iphan desde 1993, o Casario do Porto é um dos principais cartões-postais de Corumbá. Localizado às margens do Rio Paraguai, o conjunto arquitetônico foi erguido entre o fim do século XIX e o início do XX, período em que a cidade vivia o auge do comércio fluvial no Pantanal. As construções abrigavam casas comerciais, armazéns e residências ligadas à navegação.

De acordo com o instituto, a conclusão da obra é fundamental para recuperar o valor histórico e paisagístico do local, adequar as instalações às normas atuais e garantir mais segurança a moradores e visitantes.

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