Vacina brasileira contra covid entra na fase final de estudos clínicos

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  • Post publicado:9 de outubro de 2025

O Brasil está próximo de lançar sua primeira vacina 100% nacional contra a covid-19. A SpiN-TEC, desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) da UFMG em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), avançou para a fase final de estudos clínicos após a publicação do primeiro artigo científico com resultados de segurança. A expectativa é que o imunizante esteja disponível à população até o início de 2027, caso seja aprovado em todas as etapas.

Segundo o pesquisador e coordenador do CT-Vacinas, Ricardo Gazzinelli, os testes mostraram que a SpiN-TEC é segura, imunogênica e apresentou menos efeitos colaterais do que a vacina da Pfizer. A tecnologia utilizada aposta na imunidade celular, preparando o organismo para destruir apenas as células infectadas, estratégia que se mostrou eficaz contra variantes do coronavírus em animais e em dados preliminares em humanos.

Investimentos e fases de testes

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) investiu R$ 140 milhões no desenvolvimento da vacina, por meio da RedeVírus.

  • Fase 1: 36 voluntários, entre 18 e 54 anos, avaliaram a segurança em diferentes dosagens.
  • Fase 2: 320 voluntários confirmaram a segurança e eficácia inicial.
  • Fase 3: aguarda autorização da Anvisa e deve envolver 5,3 mil voluntários em todas as regiões do país.

Para Gazzinelli, o avanço representa um marco para a ciência brasileira: “Esse é um exemplo de vacina idealizada no Brasil e levada aos ensaios clínicos, algo inédito em nosso país”.

Autonomia científica e próximos passos

O pesquisador destacou que o Brasil já possui um ecossistema quase completo de vacinas, com universidades, fábricas e distribuição pelo SUS, mas ainda carecia da experiência de levar um imunizante nacional até a fase clínica. Ele ressaltou que a expertise adquirida poderá beneficiar o desenvolvimento de outros insumos de saúde.

O CT-Vacinas, criado em 2016 em parceria com a Fiocruz-Minas e o Parque Tecnológico de Belo Horizonte, reúne cerca de 120 pesquisadores e também trabalha em vacinas contra malária, leishmaniose, doença de Chagas e monkeypox.

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