Brasil lidera exportação de soja para a China em meio à guerra comercial

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  • Post publicado:8 de outubro de 2025
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O Brasil consolidou-se em 2025 como principal fornecedor de soja para a China, após a suspensão das compras do grão norte-americano em meio à guerra comercial entre os dois países. Levantamento da American Farm Bureau Federation, entidade que reúne 6 milhões de produtores rurais nos Estados Unidos, mostra que as importações chinesas de soja americana caíram ao menor nível histórico, enquanto o Brasil ampliou significativamente sua participação no mercado.

De janeiro a agosto, a China importou apenas 5,8 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos, contra 26,5 milhões no mesmo período de 2024, uma queda de quase 80%. Entre junho e agosto, o relatório aponta que os norte-americanos não embarcaram “virtualmente nada” para o país asiático, que também não adquiriu novas colheitas para a safra do próximo ano.

Brasil lidera exportação de soja para a China em 2025 após queda histórica das vendas dos EUA em meio à guerra comercial.

Brasil assume protagonismo e Argentina amplia vendas

No mesmo intervalo, o Brasil exportou mais de 77 milhões de toneladas de soja para a China, consolidando-se como principal fornecedor. A Argentina também aproveitou o cenário e aumentou suas vendas após suspender temporariamente o imposto de exportação, restituindo o tributo quando o valor exportado ultrapassou US$ 7 bilhões.

Segundo a Federação Americana de Escritórios Agrícolas, a retração das exportações dos EUA não é pontual, mas reflexo da política chinesa de diversificação de fornecedores, implementada desde 2018, quando o governo Donald Trump iniciou a guerra comercial. Desde então, mesmo com a demanda interna em níveis recordes, a China reduziu a prioridade dada aos agricultores norte-americanos.

Impactos em outros produtos e projeções

A reconfiguração comercial não se limita à soja. Em 2025, as exportações americanas de milho, trigo e sorgo para a China caíram a zero, enquanto as vendas de carne suína e algodão seguem em ritmo reduzido. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos projeta que o valor total das exportações agrícolas para a China cairá para US$ 17 bilhões neste ano — 30% inferior a 2024 e mais de 50% abaixo de 2022. Para 2026, a estimativa é ainda menor: apenas US$ 9 bilhões, o menor patamar desde 2018.

Ajuda governamental e crise interna nos EUA

Diante do cenário, o governo Donald Trump prepara um novo pacote de ajuda financeira aos produtores rurais, semelhante ao concedido em 2019, quando mais de US$ 22 bilhões foram destinados ao setor. “Usaremos os recursos das tarifas para apoiar nossos agricultores”, afirmou o presidente em sua rede Truth Social. Paralelamente, o Tesouro norte-americano estuda medidas emergenciais para conter o déficit agrícola.

Além da guerra comercial, os agricultores dos Estados Unidos enfrentam a queda no preço das commodities e o aumento dos custos logísticos, agravados pelo baixo nível das águas do Rio Mississippi. O próprio Departamento de Agricultura projeta que a renda agrícola do país cairá 2,5% em 2025, atingindo o menor valor desde 2007.

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