Grilagem de terra e corrupção são alvos de operação da PF no Incra em Corumbá

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  • Post publicado:7 de outubro de 2025


A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (7) a segunda fase da Operação Prometeu, em Corumbá, no Pantanal. Segundo a corporação, a ação cumpriu mandados de busca e apreensão, determinou o sequestro de fazendas e lotes e bloqueou bens de investigados por crimes ambientais e grilagem de terras da União.

De acordo com a Justiça Federal, foram expedidos mandados em sete endereços e decretado o sequestro de duas fazendas já investigadas na primeira fase, somando 6.419,72 hectares. Também foram incluídas outras três propriedades e dois lotes, totalizando 2.067,78 hectares. No total, 8.487,50 hectares foram tornados indisponíveis nesta nova etapa de investigação.

Grilagem de terras em Corumbá

Operação Prometeu investiga fraudes fundiárias e crimes ambientais

Ainda conforme a decisão judicial, houve bloqueio de até R$ 1 milhão em bens pessoais dos investigados e suspensão das funções de quatro servidores públicos — três ligados ao órgão fundiário municipal e um do Incra.

A primeira fase da operação, segundo a PF, já havia cumprido mandados em Corumbá para combater incêndios, desmatamento e exploração ilegal de terras da União. As áreas atingidas por queimadas em duas fazendas foram identificadas como alvo de grilagem e fraudes em registros oficiais.

Com o avanço das investigações, a Polícia Federal informou que foram realizados levantamentos de campo, análise de documentos, oitivas de testemunhas, além do acesso a celulares e movimentações financeiras. Esse material permitiu identificar um grupo criminoso estável que ocupava e explorava terras públicas, transformadas em fazendas com apoio de servidores.

pf incra2 Grilagem

Segundo a apuração, funcionários do Incra e do município chegaram a constituir empresas paralelas para oferecer serviços de regularização fundiária de áreas públicas. A documentação era emitida de forma ilícita mediante pagamento em dinheiro, conferindo aparência de legalidade à ocupação.

O Ministério Público Federal e a Advocacia-Geral da União, com base nas provas da primeira fase, já haviam ingressado com ação civil pública que bloqueou R$ 212 milhões em patrimônio dos investigados, valor referente à recomposição ambiental de duas fazendas de 6.419,72 hectares.

De acordo com a PF, os investigados devem responder por crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais, como provocar incêndio em mata ou floresta, impedir regeneração de áreas, desmatamento em terras públicas, além de grilagem, falsidade ideológica, associação criminosa, corrupção ativa e passiva.

PF incra1 Grilagem

O nome da operação faz referência ao personagem da mitologia grega Prometeu, que roubou o fogo dos deuses e entregou aos homens, sendo punido por Zeus. A escolha simboliza o uso histórico do fogo no Pantanal como prática de avanço sobre o bioma.

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babybeef Grilagem