O filme Rute e Boaz, adaptação contemporânea do Livro bíblico de Rute, conquistou posição de destaque na Netflix ao se tornar o segundo título mais assistido da plataforma na última semana em todo mundo. Segundo dados da própria empresa e do portal FlixPatrol, a produção acumulou 10,3 milhões de visualizações e ocupou o primeiro lugar em cerca de vinte países, desafiando as estatísticas de audiência mesmo com pouca divulgação.
Dirigido por Alanna Brown e produzido por Tyler Perry, o longa chamou atenção ao transformar uma narrativa bíblica em um drama romântico moderno. A trajetória de Rute (Seraya), uma jovem artista de hip-hop que deixa os palcos de Atlanta para cuidar de Naomi (Phylicia Rashad), viúva que vive no Tennessee, abre espaço para uma história de afeto e transformação. Nesse caminho, Rute conhece Boaz, dono de um vinhedo, e descobre não apenas um novo amor, mas também laços familiares que nunca havia experimentado.
Entre tradição e modernidade
Embora ambientado em um universo urbano e atual, o enredo preserva o espírito da narrativa bíblica, que valoriza a fidelidade, a generosidade e o cuidado com os necessitados. A simplicidade da trama é destacada como um dos pontos de maior impacto: assim como no relato do Antigo Testamento, a jovem Rute se recusa a abandonar Naomi, mesmo após a morte dos maridos, e encontra em Boaz um caminho de esperança.
A crítica especializada aponta que essa fidelidade ao texto original foi essencial para a boa recepção da obra. O filme dialoga com diferentes públicos, unindo um olhar contemporâneo sobre o hip-hop e o campo com valores que atravessaram séculos.

Sucesso de público e repercussão
Em comunicado oficial, a Netflix afirmou que “o boca a boca foi essencial para o crescimento do filme”, numa comparação com a própria forma como o Livro de Rute foi transmitido ao longo dos tempos. A rápida adesão do público mostra como histórias clássicas podem ser reinventadas sem perder sua essência espiritual.
A produção também reforça a parceria entre Tyler Perry e a plataforma, fruto de um contrato milionário. Ainda que não tenha dirigido o longa, Perry desempenhou papel fundamental como produtor, garantindo visibilidade e credibilidade ao projeto.
Com milhões de visualizações em diversos países, Rute e Boaz se consolida como um exemplo de como narrativas de fé e tradição podem ganhar novas camadas no cinema contemporâneo. A história da jovem que se tornou ancestral do rei Davi e, posteriormente, de Jesus Cristo, continua a inspirar gerações — agora também pelas telas da Netflix.