A Netflix estreou nesta semana nova temporada de Monstro: A história de Ed Gein, produção que resgata os crimes cometidos pelo fazendeiro de Wisconsin que ficou conhecido como “o açougueiro de Plainfield”.
Muito antes de Jeffrey Dahmer ou dos irmãos Menendez, Ed Gein já havia chocado os Estados Unidos ao roubar corpos em cemitérios, confeccionar objetos com pele humana e assassinar duas mulheres.
Nascido em 1906, Edward Theodore Gein cresceu em um ambiente familiar rígido e violento. Filho de George Gein, alcoólatra que morreu de insuficiência cardíaca em 1940, e de Augusta Gein, religiosa fervorosa que controlava a vida dos filhos, Ed foi criado em isolamento.
Seu irmão mais velho, Henry, morreu asfixiado em 1944, e a mãe faleceu em 1945 após sofrer dois derrames. Idolatrando Augusta e ressentindo-se do pai, Gein passou a viver sozinho na fazenda da família após a morte dela.
Obsessão e crimes
Desde jovem, Ed desenvolveu habilidades de caça e de manipulação de couro, além de interesse por histórias de canibalismo e mortes violentas. Com o tempo, passou a desenterrar cadáveres de cemitérios locais, utilizando partes dos corpos em objetos domésticos. Investigadores relataram que ele produzia máscaras com rostos humanos, cintos, abajures e até um colete de pele. Crânios eram transformados em tigelas e outras peças decorativas.
Sua primeira vítima confirmada foi Mary Hogan, dona de um bar desaparecida em 1951. Gein confessou o assassinato três anos depois, quando a polícia encontrou o crânio e a pele dela guardados em sua casa. Segundo depoimentos, ele afirmava que o desejo de se tornar uma figura feminina e a ligação com a mãe o motivavam a cometer os crimes.
O caso que levou à prisão definitiva de Gein ocorreu em 1957, com o desaparecimento de Bernice Worden, proprietária de uma loja de ferragens. O filho dela encontrou sinais de sangue no local e alertou a polícia. Na fazenda de Gein, os agentes encontraram o corpo de Bernice aberto e pendurado por ganchos, além de dezenas de artefatos feitos de pele e ossos humanos.
Prisão e morte
Considerado mentalmente incapaz de responder pelos crimes, Ed Gein passou o restante da vida internado no Mendota Mental Health Institute, em Wisconsin. Ele morreu em 1984, aos 77 anos, vítima de insuficiência respiratória decorrente de câncer no pulmão.
A trajetória de Gein inspirou personagens célebres da ficção, como Norman Bates, de Psicose, Leatherface, de O Massacre da Serra Elétrica, e Buffalo Bill, de O Silêncio dos Inocentes. Agora, sua história volta a ganhar destaque com a estreia da série documental da Netflix.
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