O novo documentário “Número Desconhecido: Catfishing na Escola”, disponível na Netflix, mergulha em um episódio de perseguição virtual que se transforma em um intrincado quebra-cabeça psicológico. A produção acompanha a história de uma adolescente e seu namorado que, em 2020, passaram a receber mensagens anônimas e ofensivas, enviadas a qualquer hora do dia ou da noite, desencadeando um ciclo de medo, suspeita e tensão dentro de uma comunidade escolar.
O filme mostra como o assédio ultrapassou as vítimas iniciais, atingindo amigos, familiares e colegas, e gerando confrontos públicos. A narrativa ganha um ponto de virada quando a própria vítima passa a ser investigada, levantando a hipótese de que poderia estar por trás dos ataques. Essa reviravolta amplia a complexidade do caso e leva a investigação a um novo patamar, com a entrada do FBI.
Dirigido por Skye Borgman, conhecida por títulos como A Garota da Foto e Abducted in Plain Sight, o documentário mantém o foco nas experiências humanas e evita o sensacionalismo. Borgman combina entrevistas, imagens de arquivo e reconstituições cuidadosamente produzidas — algumas em 8mm para criar atmosfera de registro pessoal —, reforçando a imersão do espectador.

A produção é assinada pela Campfire Studios, em parceria com a Terminal B Television, reunindo produtores premiados como Ross M. Dinerstein, Ross Girard e Rebecca Evans. O histórico das empresas e da diretora garante uma abordagem que privilegia a dimensão emocional e social do caso, explorando o impacto do cyberbullying, do catfishing e da perda de confiança em tempos de hiperconectividade.
Mais do que revelar a identidade do autor das mensagens, “Número Desconhecido: Catfishing na Escola” se propõe a examinar as motivações, as consequências e as zonas cinzentas de um crime que expôs as fragilidades das relações mediadas pela tecnologia.