Brasil dá novo passo na construção de 1º submarino nuclear

Brasil firma contratos bilionários com Naval Group para avançar na fase de construção do submarino nuclear do Prosub e no submarino Álvaro Alberto.
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  • Post publicado:2 de setembro de 2025

Dois novos contratos assinados entre a Marinha do Brasil e o grupo francês Naval Group marcam um passo decisivo no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). Publicados no Diário Oficial da União, os acordos ultrapassam R$ 3,17 bilhões e abrangem desde a montagem eletromecânica de instalações estratégicas até consultoria técnica para o primeiro submarino nuclear brasileiro, o Álvaro Alberto.

O Contrato nº 21/2025, avaliado em 246,3 milhões de euros, prevê serviços de engenharia, aquisição e construção para o Prédio Auxiliar Controlado (PAC) do Laboratório de Geração Nucleoelétrica (LABGENE), em Aramar (SP).

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O prédio do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE), que pertence à Diretoria de Desenvolvimento Nuclear da Marinha (DDNM), em Iperó (SP)

A vigência será de 72 meses a partir de junho de 2025. Já o Contrato nº 20/2025, no valor de 282,1 milhões de euros, destina-se à consultoria técnica para os sistemas adicionais do submarino nuclear, com prazo de 54 meses. Ambos foram firmados por dispensa de licitação.

Submarino Nuclear

O LABGENE é considerado peça-chave do programa nuclear da Marinha, funcionando como protótipo em terra do reator que equipará o Álvaro Alberto. No local, serão testados e validados o funcionamento do reator, os sistemas de segurança e a geração de energia antes da instalação definitiva no submarino.

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LABGENE e seus equipamentos

Diferente dos quatro submarinos convencionais da classe Riachuelo, o Álvaro Alberto será o primeiro da América Latina com propulsão nuclear, oferecendo maior autonomia, velocidade e capacidade de permanência no mar. O projeto é visto como o mais ambicioso da história naval brasileira e reforça a presença estratégica do país no Atlântico Sul.

Parceiro do Brasil desde 2008, o Naval Group já participou da transferência de tecnologia e da construção dos submarinos convencionais no estaleiro de Itaguaí (RJ). Agora, amplia sua atuação na etapa nuclear, considerada a mais complexa do Prosub.

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Visão em corte simplificada do Submarino Nuclear Convencionalmente Armado (SNCA)

Com a execução desses contratos, o Brasil se aproxima do seleto grupo de nações que dominam a tecnologia de propulsão nuclear naval — atualmente restrito a Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Índia —, fortalecendo sua capacidade de defesa e proteção das riquezas do pré-sal e da Amazônia Azul.

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