Em 2025, o Pantanal de Mato Grosso do Sul registrou cerca de 20 mil hectares atingidos pelo fogo, o menor índice desde o início da série histórica em 2017, de acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ. No ano passado, o total havia sido de 1,6 milhão de hectares, cenário marcado por incêndios de grande proporção e fumaça que chegou a encobrir cidades como Campo Grande e diversos municípios do interior.
O levantamento mostra que, apesar da queda expressiva, o período entre agosto e outubro continua sendo o de maior risco para queimadas. Informações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais e do Lasa indicam que 339 municípios estão em alerta alto e outros 510 em alerta moderado, abrangendo principalmente regiões do Norte, Centro-Oeste e Sudeste.
Entre os fatores que contribuíram para o cenário atual estão as chuvas regulares, que mantiveram a vegetação úmida, e ações preventivas implementadas nos últimos anos. No fim de julho, uma frente de fogo de aproximadamente cinco quilômetros avançava da Bolívia em direção ao Pantanal sul-mato-grossense, mas foi contida pela precipitação antes de se espalhar.
Na Serra do Amolar, o Instituto Homem Pantaneiro coordena a Brigada Alto Pantanal, criada em 2021 para atuar de forma permanente. A equipe realiza aceiros, promove atividades de educação ambiental e presta apoio às comunidades locais. Os aceiros, cortes planejados na vegetação, funcionam como barreiras para impedir a propagação das chamas e também como rotas de fuga para a fauna.

Em 2024, cerca de 20% da área monitorada na Serra do Amolar foi atingida pelo fogo, incluindo a perda de 30 mil mudas destinadas à recuperação ambiental. Para este ano, a expectativa é que a temporada de seca termine sem grandes ocorrências, mantendo o bioma preservado e reduzindo danos ambientais e econômicos.