A filiação de Fábio Trad ao Partido dos Trabalhadores (PT) foi oficializada nesta quinta-feira (21) em Brasília, durante ato realizado na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), no Palácio do Planalto. O movimento ocorre a 14 meses das eleições de 2026 e encerra um ciclo de dez anos do ex-deputado federal no Partido Social Democrático (PSD).
O evento contou com a presença de lideranças nacionais e estaduais do PT, entre elas a presidente da sigla e ministra da SRI, Gleisi Hoffmann, os deputados federais Vander Loubet (PT-MS) e Camila Jara (PT-MS), os vereadores de Campo Grande Jean Ferreira e Landmark Rios, o deputado estadual Zeca do PT e a deputada estadual Gleice Jane, além de outros representantes.
Embora seja apontado como possível nome para disputar o governo de Mato Grosso do Sul pelo PT em 2026, enfrentando o atual governador Eduardo Riedel (PP), Fábio Trad teria recusado a proposta, segundo informou o Correio do Estado.
A mudança de partido representa uma guinada mais à esquerda dentro da família Trad. Formado em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Fábio teve contato com o movimento brizolista ainda na juventude. No cenário político sul-mato-grossense, exerceu dois mandatos de deputado federal pelo PSD, legenda que abrigou boa parte de sua família na última década.
Sua aproximação com pautas mais à esquerda se intensificou após a pandemia de Covid-19, período em que se posicionou como opositor ao então presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2022, tentou a reeleição pelo PSD, mas não obteve êxito, assim como seu irmão Marquinhos Trad, derrotado na disputa pelo governo estadual.
No ano seguinte, Fábio assumiu cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula. Marquinhos também se aproximou de partidos de esquerda e, em 2024, foi eleito vereador pelo PDT, legenda historicamente ligada a Leonel Brizola.
Atualmente, o senador Nelsinho Trad (PSD) é o único membro da família que permanece alinhado à direita. Ele articula participação na chapa de reeleição de Eduardo Riedel e busca viabilizar candidatura ao Senado, ao lado do ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente do PSDB, que negocia filiação ao PL, partido de Jair Bolsonaro.
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