Em uma cena que mistura força, estratégia e instinto materno, a onça-pintada Pollyanna foi flagrada em Porto Jofre, no Pantanal mato-grossense, arrastando um jacaré de grande porte que havia acabado de abater. O registro, feito pelo biólogo João Marcelo, mostra a fêmea sozinha na tarefa de garantir alimento para seus dois filhotes adolescentes, que dependem dela para aprender a caçar e sobreviver.
Conhecida por guias e pesquisadores da região, Pollyanna é um exemplo de mãe solo na natureza. Sem apoio de um macho, ela precisa equilibrar a proteção da prole com a busca diária por presas, ensinando aos jovens as técnicas que um dia lhes permitirão viver de forma independente. O episódio reforça sua reputação como caçadora habilidosa e determinada.
Topo da Cadeia
No ecossistema pantaneiro, a onça-pintada ocupa o topo da cadeia alimentar e é uma das principais predadoras de jacarés. Sua mordida, considerada uma das mais potentes do reino animal, é capaz de atravessar ossos e perfurar o crânio das presas, provocando morte instantânea. Essa habilidade não só garante a sobrevivência da espécie, como também ajuda a manter o equilíbrio natural, controlando populações de outros animais.
A cena registrada em Porto Jofre também evidencia a importância da preservação do habitat da onça-pintada, ameaçado por desmatamento, queimadas e avanço das atividades humanas. Para pesquisadores, cada flagrante como esse é uma oportunidade de conscientizar sobre a necessidade de proteger o Pantanal e suas espécies.
Além de ser um símbolo de força e resistência, Pollyanna atrai olhares de turistas e estudiosos que visitam a região em busca do turismo de observação de fauna. Porto Jofre é considerado um dos melhores lugares do mundo para avistar onças em seu ambiente natural, e histórias como a dela ajudam a manter vivo o fascínio por esse predador emblemático.
