Um vídeo captado por armadilha fotográfica na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal, localizada na Serra do Amolar, no Pantanal, mostra uma cena incomum. Um grupo de queixadas correndo em direção a uma onça-pintada. O registro foi feito por equipamentos instalados na Trilha Sul, área próxima a um ponto de água utilizado por diversas espécies silvestres da região.

A gravação foi analisada pela equipe técnica do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), que utiliza esse tipo de tecnologia para monitorar o comportamento da fauna, identificar padrões de atividade e gerar dados científicos voltados à conservação do bioma. As armadilhas fotográficas são posicionadas em locais estratégicos e funcionam de forma automática, registrando imagens e vídeos sem interferência humana.

A onça-pintada registrada no vídeo é conhecida pelos pesquisadores como Acuri. Trata-se de um macho adulto que já foi observado em outras ocasiões na mesma área. O grupo de queixadas, por sua vez, contava com cerca de 30 indivíduos — número considerado moderado, já que há registros de bandos com até 100 animais.

As queixadas são conhecidas por sua capacidade de defesa coletiva. Quando se sentem ameaçadas, correm em grupo, emitem sons intensos e podem causar vibrações no solo. Seus dentes são afiados e podem provocar cortes, o que torna o bando uma força de dissuasão contra predadores, mesmo diante de um animal como a onça-pintada, considerada topo de cadeia e bioindicadora da saúde ambiental.

Ambas as espécies estão classificadas com algum grau de ameaça no Brasil, o que reforça a importância de registros como este para estudos de conservação e manejo da biodiversidade pantaneira.

As informações são do IHP.

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