Com esquerda dividida, direita assume liderança nas eleições presidenciais da Bolívia

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  • Post publicado:16 de agosto de 2025

A disputa presidencial na Bolívia pode marcar o fim de duas décadas de hegemonia do Movimento ao Socialismo (MAS), partido fundado por Evo Morales. Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta sexta-feira (16) mostra que a direita lidera a corrida eleitoral, enquanto a esquerda aparece fragmentada e sem força para avançar.

O ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, do partido Libertad y Democracia, aparece em primeiro lugar, com 22,3% das intenções de voto. Em seguida está o candidato de centro-direita Samuel Doria Medina, da Unidad Nacional, com 18%.

Na terceira posição surge Andrónico Rodríguez, da Alianza Popular, com 11,4%. A esquerda vinculada ao MAS ocupa apenas a sexta posição: Eduardo del Castillo tem 8,1%, atrás até de votos nulos, brancos e indecisos.

Outros nomes que aparecem no levantamento são Rodrigo Paz Pereira (Comunidad Ciudadana), com 7,5%, e Manfred Reyes Villa (Autonomía para Bolívia), com 4%. O estudo ouviu 1.916 pessoas entre 11 e 14 de agosto, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

Fragmentação do MAS

O cenário reflete o desgaste interno do MAS, que governou o país por quase 20 anos. O atual presidente, Luis Arce, decidiu não disputar a reeleição, enquanto Evo Morales, líder histórico da sigla, pediu voto nulo. Sem consenso, o partido lançou Del Castillo, que não conta com apoio de Morales.

Morales foi presidente da Bolívia entre 2006 e 2019, quando tentou buscar um quarto mandato, posteriormente barrado pela Suprema Corte.

Prioridades dos eleitores

Além das intenções de voto, a pesquisa mostrou os principais problemas apontados pela população boliviana: 62,1% consideram a corrupção o maior desafio do país; 39,3% citaram a inflação e a escassez de produtos; e 38,7% destacaram a crise energética e a falta de combustível.