A movimentação política nos bastidores nacionais pode alterar significativamente o cenário eleitoral em Mato Grosso do Sul. A federação formada entre PRD e Solidariedade, que surgiu da fusão entre PTB, Patriota e Pros, está prestes a ganhar novos integrantes e ampliar sua influência no estado.
Negociações avançadas envolvem o Podemos, liderado por Renata Abreu, e o Avante, presidido por Luís Tibé. A entrada dessas legendas na federação está sendo costurada por dirigentes do PRD, que enxergam na ampliação, uma oportunidade estratégica para consolidar um projeto mais abrangente.
No Estado, o comando da federação já está nas mãos de Delcídio do Amaral, ex-senador e atual presidente do diretório estadual do PRD. Com a possível adesão do Podemos, surgem dúvidas sobre quem assumiria a liderança local, já que a sigla é presidida pela senadora Soraya Thronicke. No entanto, fontes indicam que a parlamentar está em tratativas com o PSDB, o que abriria caminho para Delcídio manter o controle da aliança.
A articulação tem como pano de fundo a eleição para o governo estadual. Nos bastidores da política sul-mato-grossense, a hipótese de que a federação pretende lançar Delcídio como candidato, para enfrentar o atual governador Eduardo Riedel, em uma praticamente certa busca pela reeleição, ganhou força nas últimas semanas. Embora não tenha confirmado ou comentado sobre o assunto, o ex-senador surpreendeu ao aparecer em segundo lugar na pesquisa de intenção de votos realizada pelo Correio do Estado e o Ipems, com 17,76%.
Apesar de Riedel liderar com folga a pesquisa de intenção de votos com 62,09%, o que lhe garantiria conquistar o segundo mandato ainda no primeiro-turno, a saída do PT da base aliada, somada com as configurações atuais das bancadas de base do governo, podem acender o sinal de alerta, na já bem estruturada campanha para as eleições 2026 do chefe do executivo de MS.
A distância entre os dois é significativa, mas interlocutores da federação apostam que o cenário pode mudar com o avanço das alianças e o início da campanha. A entrada de Podemos e Avante é vista como um reforço importante para dar musculatura ao projeto e ampliar a presença da federação no Estado.
