Dentro das unidades prisionais de Mato Grosso do Sul, iniciativas de capacitação profissional vêm mudando a rotina e a perspectiva de quem cumpre pena. Projetos como o desenvolvido no Estabelecimento Penal de Aquidauana (EPA) oferecem cursos profissionalizantes com aprendizado prático e abrem caminhos para a reinserção social por meio do trabalho.
A ação é resultado da união entre Agepen, Senai e a Suzano, que integra o Projeto Plantando o Futuro. A empresa, que instala uma planta industrial em Ribas do Rio Pardo, mantém metas de responsabilidade social que incluem impactar positivamente milhares de famílias até 2030. No sistema prisional, essa meta se traduz em oferecer cursos capazes de preparar pessoas privadas de liberdade para um retorno mais estruturado à sociedade.
No EPA, um grupo de reeducandos concluiu recentemente o curso de Marceneiro de Móveis e Esquadrias, realizado ao longo de um mês em períodos matutino e vespertino. Durante as aulas, os participantes aprenderam desde o manuseio de ferramentas até técnicas para produção de portas, janelas e outros móveis, adquirindo habilidades que podem ser aplicadas no mercado de trabalho.

“Cada curso ofertado dentro do sistema penal é uma nova chance para que os reeducandos reconstruam suas trajetórias por meio do trabalho digno e da profissionalização”, afirmou o diretor do EPA, Fábio Ferreira Amarilio.
Entre os alunos, há quem veja no aprendizado a oportunidade de começar de novo. “Nunca tinha trabalhado com madeira antes, mas aprendi muito e descobri que tenho talento. Isso me dá esperança de ter um trabalho honesto quando sair daqui e poder cuidar da minha família com dignidade”, contou um interno que preferiu não ter o nome divulgado.