A cidade de Três Lagoas, no leste de Mato Grosso do Sul, deixou de receber voos da Azul Linhas Aéreas após decisão da companhia de encerrar operações em 14 municípios do país. A medida amplia o corte iniciado em julho, quando a empresa já havia confirmado a suspensão das rotas para Corumbá, no lado oposto do estado. Segundo a Azul, os cancelamentos ocorreram entre janeiro e março deste ano, antes do pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, protocolado em maio.

A empresa alegou que os ajustes fazem parte de uma revisão contínua da malha aérea, priorizando rotas com maior retorno financeiro. Em nota enviada à imprensa, a Azul citou o aumento dos custos operacionais como fator determinante para os cortes. No caso de Corumbá, o impacto do dólar alto foi apontado como um dos principais motivos para a saída, mesmo com o aeroporto local em processo de ampliação e tendo registrado quase 18 mil passageiros no primeiro semestre de 2025.

Em Três Lagoas, o cenário é semelhante. A cidade foi excluída da malha no momento em que a companhia ajusta mais de 50 rotas com desempenho financeiro abaixo da média. A Azul informou que os clientes afetados pelas mudanças foram atendidos conforme as normas da Anac, que por sua vez esclareceu que não interfere na criação ou extinção de rotas, atribuição que cabe às empresas aéreas.

A companhia foi a última entre as grandes do setor a aderir ao processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como “Chapter 11”, seguindo os passos de Latam e Gol. A Azul já vinha negociando dívidas no Brasil desde 2023 e busca, com o processo internacional, proteger ativos e reorganizar compromissos financeiros no exterior. A expectativa é de que a reestruturação seja concluída até o fim de 2025.

Além de Corumbá e Três Lagoas, a lista de cidades que perderam voos inclui Cratéus, São Benedito, Sobral e Iguatú (CE), Campos (RJ), Correia Pinto e Jaguaruna (SC), Mossoró (RN), São Raimundo Nonato e Parnaíba (PI), Rio Verde (GO), Barreirinhas (MA) e Ponta Grossa (PR).