O Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul anunciou o rompimento político com o governador Eduardo Riedel (PSDB), exigindo que todos os filiados que ocupam cargos no governo estadual entreguem seus postos. A decisão foi tomada após declarações de Riedel sobre a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, consideradas incompatíveis com os princípios defendidos pela sigla.
Durante coletiva realizada nesta sexta-feira (8), o presidente estadual do PT, Vladimir da Silva Ferreira, afirmou que a permanência do partido na base governista se tornou insustentável. Segundo ele, o alinhamento de Riedel com pautas da extrema-direita inviabiliza qualquer continuidade da parceria.
Vladimir também foi direto ao abordar a situação dos petistas que ainda ocupam funções no Executivo estadual. Ele declarou que quem permanecer no governo estará sujeito a sanções internas e poderá ser afastado do partido. A direção já iniciou conversas com os ocupantes de cargos para buscar consenso sobre a saída.
O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) reforçou que a decisão foi tomada de forma coletiva e transparente. Ele destacou que, assim como o ingresso no governo ocorreu de maneira institucional, a saída também será conduzida com responsabilidade. A nota emitida por Riedel durante viagem à Ásia foi apontada como o principal fator que motivou o desligamento.
Petistas devem deixar cargos estratégicos no governo
Atualmente, dois nomes do PT ocupam posições de destaque na gestão estadual. Viviane Luiza da Silva comanda a Secretaria de Estado da Cidadania, responsável por oito subsecretarias. Já Washington Willeman de Souza está à frente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), órgão voltado ao apoio da agricultura familiar.
Vander Loubet afirmou que, embora cada filiado tenha autonomia para decidir, a orientação da sigla é de que todos devem comunicar oficialmente a saída dos cargos. O parlamentar também mencionou que o apoio inicial ao governo Riedel foi estratégico, considerando a composição ampla do governo federal, que inclui partidos como PP, PSD e MDB.