Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (8) o aumento da recompensa para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A procuradora-geral norte-americana, Pam Bondi, afirmou que o líder venezuelano é “um dos maiores narcotraficantes do mundo”.
A recompensa dobra o valor anterior, de US$ 25 milhões, oferecido desde o primeiro mandato de Donald Trump, que voltou à presidência dos EUA neste ano. A nova ofensiva ocorre meses após a controversa reeleição de Maduro, considerada fraudulenta por diversos países e marcada por denúncias de perseguição à oposição.
💬 Acusações e operações ligadas ao narcotráfico
Segundo Bondi, Maduro estaria diretamente envolvido com operações do narcotráfico internacional, incluindo vínculos com organizações criminosas como:
- Cartel de Sinaloa (México)
- Tren de Aragua (Venezuela), classificada como organização terrorista pelos EUA
- FARC, grupo rebelde colombiano citado em denúncias anteriores
Ela afirmou ainda que a DEA (Agência Antidrogas dos EUA) apreendeu 30 toneladas de cocaína ligadas ao entorno de Maduro, sendo quase sete toneladas associadas diretamente ao presidente.
🌐 Reação venezuelana
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, classificou a nova recompensa como “patética” e parte de uma “propaganda política”. Segundo ele, a medida seria uma tentativa de desviar atenção das críticas à atuação de Bondi no caso Jeffrey Epstein, bilionário americano condenado por crimes sexuais.
“Não estamos surpresos, vindo de quem vem”, afirmou Gil em nota oficial.
⚖️ Casos ligados ao entorno de Maduro
O anúncio ocorre após o ex-chefe de inteligência venezuelano, Hugo Carvajal, conhecido como El Pollo, ter sido condenado por tráfico de drogas nos EUA em junho. Carvajal foi extraditado da Espanha e, após negar inicialmente as acusações, mudou sua declaração de culpa, o que levanta suspeitas de colaboração com autoridades americanas em troca de uma redução de pena.
Carvajal rompeu com Maduro em 2019 ao apoiar o opositor Juan Guaidó e acabou fugindo da Venezuela.
🌍 Repercussão internacional
A nova escalada de tensão entre Washington e Caracas ocorre mesmo após episódios pontuais de aproximação diplomática, como uma troca de prisioneiros realizada em julho. No entanto, o cenário internacional segue desfavorável ao governo de Maduro: Reino Unido e União Europeia aplicaram sanções contra Caracas após o retorno do líder ao poder em janeiro.