Alcolumbre reafirma que não pautará impeachment de ministro do STF

Alcolumbre reafirma que não pautará impeachment de ministro do STF, mesmo com apoio total no Senado.
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  • Post publicado:8 de agosto de 2025
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou a líderes partidários que não pretende colocar em votação o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda que o requerimento seja assinado por todos os 81 senadores. A declaração ocorreu em meio a uma mobilização de parlamentares da oposição, que ocuparam o plenário do Senado até esta quinta-feira (7/8) para cobrar o afastamento do magistrado.

A fala foi dada na tarde de quarta-feira (6/8), durante reunião com o colégio de líderes na residência oficial do Senado. Naquele momento, oposicionistas ainda buscavam apoios para o requerimento. Alcolumbre destacou que a prerrogativa de pautar processos desse tipo é exclusiva do presidente da Casa e enfatizou que sua decisão não se baseia na quantidade de assinaturas, mas em critérios jurídicos.

Segundo relatos, o senador dirigiu-se de forma direta a Eduardo Girão (Novo-CE), deixando claro que não colocaria a proposta em votação. Ele acrescentou, porém, que novos pedidos apresentados serão examinados “com responsabilidade”.

No dia seguinte, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciaram ter reunido 41 assinaturas para respaldar o afastamento de Moraes. Ainda assim, Alcolumbre não mudou de posição. Representantes da oposição sugeriram que ele telefonasse para Magno Malta (PL-ES), que permanecia acorrentado à mesa do plenário, mas o presidente recusou e avisou que qualquer parlamentar que insistisse em permanecer no local seria retirado pela polícia legislativa.

Pautas da oposição

A pressão sobre o Senado se intensificou após Moraes determinar prisão domiciliar para Bolsonaro. Em reação, parlamentares da oposição apresentaram o chamado “pacote da paz”, que reúne três exigências principais: o impeachment de Moraes, a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Fim do Foro Privilegiado e a aprovação de uma anistia “geral e irrestrita”.

Durante dois dias, o grupo ocupou as mesas diretoras da Câmara e do Senado e obstruiu a votação de matérias no Legislativo. A estratégia buscava impedir o andamento normal das sessões até que as pautas fossem analisadas.

Após a reunião com líderes, Alcolumbre convocou um encontro restrito com integrantes da oposição. Nesse momento, reforçou que não se deixaria influenciar pela pressão política ou pelas ações no plenário. No dia seguinte, a ocupação foi encerrada e os trabalhos legislativos retomados.

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