Pela primeira vez em anos, o mês de julho terminou com um cenário positivo para o Pantanal no combate aos incêndios florestais. O bioma teve uma redução expressiva tanto na área devastada quanto nos focos de calor, revertendo o quadro alarmante registrado no mesmo período de 2024.
Levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ mostra que a área atingida por queimadas no Pantanal caiu para apenas 1.400 hectares em julho de 2025. Em comparação com os mais de 170 mil hectares destruídos no mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 99,2%.
Esses dados se refletem também no número de registros de fogo ativo. Informações do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam que o Pantanal teve 39 focos de calor no período — número muito inferior aos 1.218 focos observados em julho do ano passado, representando uma redução de 96,8%.
O avanço no controle dos incêndios também foi verificado em outras regiões do país. Em nível nacional, o número total de focos de calor caiu 56,8% — de 22.487 em 2024 para 9.713 em julho de 2025. No mesmo período, a área queimada em todo o território brasileiro foi reduzida de 1,8 milhão para 726 mil hectares.
O Cerrado, outro bioma historicamente afetado pelas queimadas, também apresentou recuo nos números. O total de áreas consumidas pelo fogo chegou a 624,1 mil hectares no último mês, queda de 28,1% em relação ao ano passado. Já os focos de calor caíram de 7.463 para 5.303, redução de 28,9%.
Uma das estratégias consideradas determinantes para os resultados foi o redirecionamento de recursos do Fundo Amazônia para além da região amazônica. Pela primeira vez, verbas foram liberadas para iniciativas no Pantanal e no Cerrado. Somente em julho, foram aprovados R$ 150 milhões voltados à estruturação de brigadas florestais e unidades do Corpo de Bombeiros em estados como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Piauí e Distrito Federal.
A proposta é resultado de articulação entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério do Meio Ambiente e outras instituições, com o objetivo de reforçar ações preventivas e ampliar a capacidade de resposta nos períodos mais críticos.