O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), admitiu nesta quinta-feira (8) que se equivocou ao afirmar publicamente que a oposição teria firmado um acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a retomada dos trabalhos legislativos. A fala ocorreu um dia após o motim que paralisou o Plenário e gerou forte reação de diversos parlamentares.
Deputado reconhece erro e se retrata em plenário
Durante seu pronunciamento, Sóstenes declarou que não houve qualquer compromisso assumido por Motta com as pautas defendidas pela oposição. Ele também reconheceu que os partidos que participaram das negociações foram PSD, União Brasil e Progressistas, não os de oposição como havia sido inicialmente anunciado por ele.
Diante da exposição pública do “mal-entendido”, o deputado fez um pedido direto de desculpas ao presidente da Câmara. “Eu não fui correto e te peço perdão, presidente“, afirmou, em tom conciliador. Segundo ele, o momento vivido na Casa foi de forte tensão emocional, o que contribuiu para os excessos cometidos. “Muitos estavam emocionalmente desestruturados”, completou.
Em sua fala, Sóstenes também citou o episódio envolvendo uma deputada da esquerda e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), indicando que o partido não deve representar formalmente contra a parlamentar, apesar da agressão relatada.
Tensão teve início com suposta negociação de pautas sensíveis
Na quarta-feira (7), Sóstenes afirmou que Hugo Motta teria se comprometido a pautar dois temas sensíveis: a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado. A fala reforçou o clima de tensão e foi um dos fatores que levaram à ocupação da Mesa Diretora por parlamentares da oposição.
Pouco depois, os líderes da base e de partidos de centro, além do senador Rogério Marinho (PL-RN), se reuniram com Hugo Motta. O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também esteve envolvido na articulação. O desfecho veio com a saída dos deputados que ocupavam a Mesa, encerrando o impasse.