Tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA entra em vigor nesta quarta-feira

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  • Post publicado:6 de agosto de 2025
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Entrou em vigor nesta quarta-feira (6) a tarifa de 50% sobre parte das exportações brasileiras aos Estados Unidos, conforme decreto assinado pelo presidente norte-americano Donald Trump na semana passada. A medida afeta 35,9% das mercadorias enviadas ao mercado norte-americano, o equivalente a 4% do total das exportações do Brasil.

Entre os produtos atingidos pelo aumento estão café, frutas e carnes. Por outro lado, ficaram isentos da sobretaxa suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes, aeronaves civis (incluindo peças e componentes), polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos.

Contexto da medida

O tarifaço faz parte da estratégia comercial adotada por Trump para proteger a economia norte-americana, especialmente frente à concorrência da China. Desde abril, o governo dos EUA vem ajustando tarifas com base no saldo comercial com cada país. Como os Estados Unidos mantêm superávit com o Brasil, a primeira taxa aplicada foi de 10%, mas foi elevada para 50% no início de julho.

A nova alíquota, segundo o governo norte-americano, responde a decisões que prejudicariam empresas de tecnologia (big techs) dos EUA e também ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentar reverter o resultado das eleições de 2022.

Reações e medidas do governo brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu à decisão em pronunciamento no domingo (3). “O Brasil não pode ser tratado como uma republiqueta. Não queremos confronto, mas também não abriremos mão do uso de moedas alternativas ao dólar”, afirmou.

Diante do impacto nas exportações, o governo brasileiro anunciou um plano de contingência que deve ser implementado nos próximos dias, com linhas de crédito e contratos públicos para mitigar as perdas de empresas afetadas.

Além disso, o Ministério da Fazenda confirmou que os Estados Unidos abriram negociações formais com o Brasil para discutir os termos da tarifa. Trump também teria se mostrado disposto a conversar diretamente com Lula.

Minerais críticos como moeda de negociação

Em declaração recente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil pode utilizar sua posição estratégica na produção de minerais críticos e terras raras — essenciais para a indústria tecnológica — como ativo de negociação com os EUA.

“Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Podemos cooperar para produzir baterias mais eficientes”, afirmou.

Haddad também mencionou que o setor cafeeiro busca excluir o café da lista de produtos tarifados. A iniciativa ganhou impulso após a China habilitar 183 empresas brasileiras para exportar café ao mercado asiático, no mesmo dia em que Trump assinou o tarifaço.

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