Crianças que presenciaram feminicídio em Corumbá terão apoio especializado

Crianças que presenciaram feminicídio em Corumbá terão acompanhamento do Conselho Tutelar e Creas
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  • Post publicado:6 de agosto de 2025
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A Justiça determinou que os cinco menores envolvidos no caso do assassinato de Salvadora Pereira, em Corumbá, recebam acompanhamento por meio da rede de proteção social. As crianças estavam presentes na casa no momento em que a mulher foi morta a tiros e agora serão atendidas por equipes do Conselho Tutelar e do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).

Entre os afetados estão dois filhos da vítima e três filhos do autor do feminicídio, José Cliverson Soares da Silva. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (4), durante audiência que também converteu a prisão em flagrante do acusado em prisão preventiva. As crianças devem ser encaminhadas a familiares que estejam dispostos a garantir suporte emocional e cuidados necessários.

Além do acolhimento às vítimas indiretas do crime, o juiz responsável pelo caso também autorizou o acesso ao conteúdo dos celulares apreendidos com José Cliverson e com a vítima. A análise busca identificar conversas por aplicativos de mensagem e outros dados que possam contribuir com a investigação.

A medida judicial vem após um crime que chocou a cidade. Salvadora foi morta dentro da própria casa, e tudo ocorreu diante das crianças. Uma delas, filho do suspeito, de apenas 8 anos, foi quem chamou o socorro.

O crime ocorreu em uma fazenda na zona rural de Corumbá, a cerca de 400 quilômetros de Campo Grande, neste domingo (3). Conforme o depoimento prestado à Polícia Civil, o autor afirmou que a discussão entre o casal começou por ciúmes. Ambos trabalhavam na fazenda, ele como encarregado e ela como cozinheira.

Segundo a versão apresentada por José, a vítima teria puxado sua camisa enquanto o xingava, e ele sacou o revólver da cintura para afastá-la. Ainda conforme o relato, o disparo foi acidental. O tiro atingiu o rosto de Salvadora, que ainda conseguiu falar e tentou estancar o sangramento com um pano.

O filho do autor utilizou o celular da madrasta para ligar ao Corpo de Bombeiros. A primeira orientação recebida foi para mantê-la acordada, mas, após alguns minutos, ela perdeu a consciência e já estava sem sinais de vida quando o socorro chegou.

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