Preço do boi gordo recua em São Paulo com pressão de oferta e cautela das indústrias

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  • Post publicado:22 de julho de 2025

A combinação de frigoríficos fora das compras e a maior oferta de gado neste período de seca vem derrubando os preços do boi gordo em várias regiões do país. Nesta segunda-feira (22), o mercado abriu a semana com novas quedas em São Paulo, onde a arroba recuou para R$ 297 nas praças de Araçatuba e Barretos. Já o animal destinado à exportação para a China – o chamado “boi China” – passou a valer R$ 302, queda de R$ 2 em relação à cotação anterior.

Segundo dados da Scot Consultoria, entre as 32 praças pecuárias monitoradas, 12 registraram queda no preço da arroba e 20 permaneceram estáveis. A pressão vem do aumento na oferta de animais para abate, resultado direto da perda de qualidade das pastagens típicas do inverno.

A retração do mercado não é isolada. Conforme o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a semana passada já foi marcada por baixa liquidez, com indústrias ausentes das negociações e produtores mais cautelosos. As regiões do norte do país apresentaram os recuos mais acentuados.

Nos estados de Tocantins, Pará e no norte de Mato Grosso, os preços do boi gordo caíram mais de 3% nos últimos sete dias. Já em outras praças, como Goiás, Triângulo Mineiro, Noroeste do Paraná, Três Lagoas (MS), Presidente Prudente (SP) e Rio Grande do Sul, as quedas ficaram abaixo de 2%.

O indicador Cepea/Esalq para São Paulo acumula retração de 6,5% em julho. Em algumas regiões, a desvalorização mensal já ultrapassa os 5%, o que reforça a tendência de baixa no curto prazo.

No mercado atacadista, o preço da carcaça bovina também recuou. Na Grande São Paulo, o quilo caiu 2,2% na semana passada, chegando a R$ 21,25. No acumulado do mês, a queda é de 6,4%, com os menores valores registrados desde outubro do ano passado.

Apesar do cenário doméstico pressionado, os embarques de carne bovina seguem em alta. Dados do governo federal mostram que, até a terceira semana de julho, a média diária de exportações de carne in natura ficou em 12.336 toneladas. Mantido esse ritmo, o volume total do mês pode superar as 280 mil toneladas, o que representaria um novo recorde histórico.

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