O calor acima da média deve marcar presença de forma intensa em Mato Grosso do Sul nos próximos três meses. De acordo com o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), o período entre agosto e outubro de 2025 será caracterizado por temperaturas mais altas do que o habitual e distribuição irregular das chuvas em todo o estado.
Segundo os dados analisados pelo centro, com base em modelos climáticos do sistema europeu Copernicus, há uma tendência de que o calor supere as médias históricas registradas normalmente nesta época do ano. A previsão aponta que, mesmo com eventuais quedas de temperatura, o predomínio será de dias secos, céu limpo e sensação térmica elevada.
Em anos anteriores, as temperaturas médias no trimestre costumam variar entre 22°C e 24°C na maior parte do território sul-mato-grossense. Já em áreas como o nordeste e o noroeste do estado, os termômetros alcançam entre 24°C e 26°C, enquanto o extremo sul apresenta os valores mais amenos, entre 18°C e 22°C. A expectativa para 2025, no entanto, é de superação desses índices em todas as regiões.
A previsão também destaca que, apesar do calor predominante, frentes frias ainda podem atingir o estado de forma isolada. Esses episódios devem ocorrer especialmente durante a transição do inverno para a primavera, com quedas de temperatura entre 5°C e 10°C, sobretudo no sul. No entanto, esses momentos serão pontuais e não interferem no padrão geral de calor.
No que diz respeito às chuvas, os meteorologistas apontam um cenário de incerteza. A projeção é de precipitações mal distribuídas, sem um padrão bem definido. Em geral, a média de chuva acumulada entre agosto e outubro varia de 200 a 300 milímetros na maior parte do estado, com variações entre 150 e 200 mm nas regiões norte e entre 300 e 500 mm no sul. Para este ano, contudo, não há uma indicação clara de acumulados acima ou abaixo desses valores, o que reforça o caráter irregular da estação.
Essa instabilidade no regime hídrico pode representar desafios para atividades como agricultura, pecuária e abastecimento de água. A possibilidade de estiagens longas ou chuvas concentradas em poucos dias exige atenção redobrada no planejamento de plantio e na gestão dos recursos naturais.
Outro ponto importante da análise é a atuação do fenômeno ENOS (El Niño–Oscilação Sul). Para o trimestre, o modelo CPC/IRI projeta uma chance de 56% de neutralidade climática, o que significa que o período não deverá ser influenciado nem pelo El Niño, nem pela La Niña. Embora o ENOS atue de forma indireta sobre o clima de MS, sua neutralidade amplia a variação das condições meteorológicas, dificultando previsões mais precisas.
O Cemtec alerta que a previsão divulgada representa uma média para o trimestre, mas não descarta a ocorrência de extremos climáticos. A combinação entre calor acima da média e chuvas desiguais exige preparação, principalmente dos setores que dependem diretamente do clima. A orientação é manter o monitoramento constante e adotar medidas estratégicas para minimizar possíveis impactos.
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