O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias de investigados por suspeita de envolvimento em fraudes com emendas parlamentares. A medida foi autorizada pelo ministro Nunes Marques e cumprida nesta quinta-feira (18), durante a quinta fase da Operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal (PF).

Além do bloqueio, foram executados 18 mandados de busca e apreensão nos estados da Bahia (Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Mata de São João), Pernambuco (Petrolina) e no Distrito Federal (Brasília).

A operação é realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.

Emendas e propinas no centro das investigações

Segundo a PF, as investigações apontam manipulação de licitações no município de Campo Formoso (BA), com o desvio de verbas oriundas de emendas parlamentares e o pagamento de propinas a agentes públicos. Há ainda indícios de obstrução das investigações por parte dos envolvidos.

Os alvos desta fase são investigados por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, peculato, embaraço à investigação e fraudes em licitações e contratos administrativos.

Parentes de deputado entre os investigados

Entre os alvos da nova fase da operação estão familiares do deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), incluindo o prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento, e o vereador Francisco Nascimento, primo do parlamentar.

Francisco Nascimento já havia sido preso em dezembro de 2024, na primeira fase da Operação Overclean. Na ocasião, tentou se livrar de mais de R$ 200 mil em espécie, jogando uma sacola com o dinheiro pela janela momentos antes da chegada da PF.

Outro investigado nesta quinta fase é Marcelo Moreira, ex-presidente da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), que deixou o cargo no mês passado.