Fábrica clandestina de cigarros mantinha paraguaios em condição análoga à escravidão

PF descobre fábrica clandestina de cigarros que mantinha paraguaios em trabalho forçado. Ação bloqueia R$ 20 milhões.
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  • Post publicado:15 de julho de 2025

Uma ação da Polícia Federal realizada na manhã desta quinta-feira (15) expôs um esquema de trabalho forçado envolvendo paraguaios em situação análoga à escravidão em uma fábrica clandestina de cigarros, localizada no interior de São Paulo. A Operação Chrysós cumpriu mandados de busca, prisão preventiva e sequestro de bens em três estados: Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

A investigação aponta que o grupo criminoso era responsável por recrutar trabalhadores do Paraguai, que ingressavam no Brasil por Guaíra (PR), sendo transportados diretamente para uma fábrica ilegal instalada em Ourinhos (SP). No local, os trabalhadores eram mantidos em regime de confinamento, sob vigilância, sem comunicação externa e em condições degradantes de moradia e trabalho.

Segundo a PF, a produção diária da fábrica alcançava cerca de 60 mil maços de cigarros, operando fora de qualquer controle sanitário ou fiscal. Os trabalhadores eram obrigados a cumprir longas jornadas sem intervalo, dormindo em alojamentos precários, sem acesso à alimentação adequada ou direitos trabalhistas básicos.

A operação executa sete mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva, além do bloqueio judicial de bens avaliados em R$ 20 milhões. Os alvos da ação foram identificados como parte de uma organização criminosa transnacional, que atua com migração ilegal, trabalho forçado, descaminho, uso indevido de marcas registradas e fabricação de produtos nocivos à saúde.

A operação tem apoio do Ministério Público do Trabalho, que acompanha a apuração das condições de exploração e vai atuar na responsabilização dos envolvidos por violações aos direitos humanos. As ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Guaíra.

A PF ainda não divulgou os detalhes sobre quantos mandados foram cumpridos em Mato Grosso do Sul, estado que tem sido utilizado como rota de entrada para o transporte dos trabalhadores paraguaios.

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