Com o avanço dos casos de sarampo na Bolívia e o decreto de Emergência Nacional em Saúde do país, o município de Corumbá, que faz fronteira direta com território boliviano, deverá receber reforço de vacinas já na próxima semana. Parte das doses também será destinada a cidades próximas da Bolívia, como estratégia conjunta de contenção da doença nas regiões de fronteira.
Ao todo, mais de 80 casos foram confirmados pelas autoridades bolivianas, especialmente em regiões com trânsito intenso de pessoas entre os dois países. Como medida de prevenção, foram priorizadas escolas com grande número de alunos residentes do lado boliviano, como a Eutrópia Gomes Pedroso e o CAIC Padre Ernesto Sassida, que já estão incluídas em ações diretas de vacinação. A primeira unidade já concluiu a imunização, enquanto a segunda receberá a equipe de saúde na próxima semana.
Além das ações em instituições de ensino, será montado um ponto de vacinação contra o sarampo na Feira Municipal, neste domingo (13), com o objetivo de ampliar o acesso à vacina. O atendimento será feito no prédio do Cerest, local que costuma concentrar grande circulação da população aos fins de semana.
A mobilização local ocorre paralelamente a uma operação coordenada pelo Ministério da Saúde, que enviará 600 mil doses da vacina contra o sarampo para a Bolívia. A entrega do lote será feita via Corumbá, que fará o repasse logístico às autoridades do país vizinho para o transporte até o destino final.
No Brasil, o esquema vacinal contra o sarampo prevê a tríplice viral aos 12 meses de idade, com reforço aos 15 meses. Por orientação nacional, também está em vigor a aplicação da “dose zero” para bebês entre seis meses e menores de um ano, em função do aumento do risco de exposição ao vírus. A vacinação também é recomendada para crianças, adolescentes e adultos de até 29 anos com duas doses, e ao menos uma dose para adultos entre 30 e 59 anos. Profissionais de saúde devem ter o esquema vacinal completo.
Embora não possam ser imunizadas, gestantes estão entre os grupos que mais exigem atenção, já que a infecção pode trazer riscos graves ao feto. Por isso, a orientação é que evitem aglomerações e ambientes com pouca ventilação.
Equipes de saúde também estão promovendo orientação direta aos pais e responsáveis nas escolas e unidades de saúde, para que verifiquem a carteirinha de vacinação das crianças e atualizem o esquema vacinal quando necessário.