A retomada da navegação nos portos de Corumbá e Porto Murtinho tem refletido diretamente no desempenho das exportações. De janeiro a junho de 2025, os dois terminais juntos movimentaram US$ 330,9 milhões, somando 4,5 milhões de toneladas em produtos embarcados — número que já supera todo o volume registrado no ano anterior.
Em Corumbá, as exportações totalizaram US$ 197,6 milhões no semestre. A maior parte desse valor veio do minério de ferro e seus concentrados, que somaram US$ 182,8 milhões com mais de 3,8 milhões de toneladas enviadas ao exterior. Também foram embarcadas cargas de ferro-gusa (50,5 mil toneladas, avaliadas em US$ 19,6 milhões), outros minérios de metais de base (125 mil toneladas, US$ 19 milhões) e celulose (18,4 mil toneladas, US$ 10,6 milhões).
Enquanto isso, o terminal de Porto Murtinho teve destaque com a soja em grão, que respondeu sozinho por toda a movimentação no local. Foram exportadas 370,1 mil toneladas da oleaginosa, número quase três vezes maior que o registrado no mesmo período de 2024 (122,7 mil toneladas). O volume atual já supera inclusive todo o total exportado por Porto Murtinho ao longo do ano passado.
A melhora nas condições do Rio Paraguai tem sido apontada como fator determinante para a retomada nas operações. Segundo medições feitas pela Sala de Situação do Imasul, o nível do rio subiu 2,20 metros em Ladário e 2,40 metros em Porto Murtinho, após a forte seca registrada em 2024. Com isso, as operações nos terminais ganharam maior regularidade.
“A logística fluvial mostra sinais de recuperação e reforça o papel estratégico dos portos sul-mato-grossenses localizados ao longo do rio Paraguai”, afirmou Jaime Verruck, secretário da Semadesc.
Outro ponto que pode influenciar no desempenho futuro da hidrovia é o leilão de concessão do trecho entre Corumbá e a foz do Rio Apa, em Porto Murtinho, previsto para ocorrer até o fim de 2025. A proposta inclui 600 quilômetros do Rio Paraguai e prevê uma série de intervenções.
De acordo com a Antaq, o projeto engloba serviços de dragagem, balizamento, construção de galpão, aquisição de equipamentos e instalação de sistema de gerenciamento de tráfego. O investimento inicial estimado é de R$ 63,8 milhões nos primeiros cinco anos. O contrato terá validade de 15 anos, com possibilidade de prorrogação.
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