A partir desta semana, o Pantanal sul-mato-grossense passa a contar com um novo instrumento de gestão para prevenção de incêndios. O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) tornou público o mapa com as regiões consideradas prioritárias para a execução da queima prescrita, prática controlada e autorizada para reduzir o risco de queimadas descontroladas durante o período de estiagem.
A definição das áreas foi oficializada por meio da Portaria n. 1.575, publicada na última quarta-feira (25), e integra o conjunto de ações previstas no Plano de Manejo Integrado do Fogo no Estado. A medida acompanha a atualização das normas estaduais por meio da Resolução SEMADESC/MS n. 107/2025, que modernizou dispositivos anteriores e reconheceu oficialmente a queima prescrita como uma prática passível de licenciamento ambiental.
Diferente da queima acidental ou ilegal, a queima prescrita é uma técnica planejada com base científica e operacional. Para identificar os locais de maior necessidade, o Imasul utilizou o Sistema de Inteligência do Fogo em Áreas Úmidas (Sifau), que reúne dados como a densidade de vegetação seca, padrão de chuvas, registros históricos de incêndios e imagens de satélite. A partir dessas análises, o órgão ambiental identificou os territórios mais vulneráveis à propagação do fogo.
Com a nova regulamentação, produtores rurais que possuem áreas dentro das zonas destacadas no mapa poderão ter acesso a processos de licenciamento mais simplificados. A ideia é ampliar o alcance das ações preventivas sem comprometer a segurança ambiental, facilitando o manejo legal do solo e a redução de material combustível em pontos críticos.
A Área Úmida Relevante do Pantanal (AUR-Pantanal) concentra grande parte das regiões mapeadas, especialmente por ser uma das mais expostas ao risco de grandes incêndios entre os meses de julho e outubro. O período seco, aliado ao acúmulo de biomassa, torna o bioma especialmente frágil, o que exige medidas antecipadas de mitigação.
O Imasul já disponibilizou em seu site oficial o acesso ao Mapa de Áreas Prioritárias, bem como a relação das propriedades registradas no Cadastro Ambiental Rural (CARMS) que estão inseridas nas zonas mapeadas.